Mato Grosso do Sul decreta emergência por risco de incêndio no Pantanal
O baixo volume de chuvas, inferior à média histórica para o período de janeiro a abril, e o indicativo de condições de seca para os próximos meses levaram o governo de Mato Grosso do Sul a decretar estado de emergência ambiental em todo o Estado, pelo risco da propagação de focos de incêndios florestais.
O decreto, publicado no dia 3 de maio e válido por seis meses, amplia os poderes das forças de segurança para que possam agir na prevenção, combate e salvamento de vítimas de incêndios florestais – elas poderão, por exemplo, em caso risco eminente, “penetrar nas casas, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação”. O decreto ainda permite que o governo estadual contrate ou adquira bens ou serviços em caráter emergencial. As fiscalizações para coibir desmatamento e queimada ilegais também devem ser reforçadas.
Este já é o segundo decreto publicado por causa das condições climáticas e risco de queimadas descontroladas no Mato Grosso do Sul neste ano. O mais recente destaca que o baixo índice de chuvas impactou o nível do Rio Paraguai e grandes extensões de área que “historicamente, deveriam permanecer permanentemente alagadas”. Esse fator, segue o texto “favorece a queima de turfa durante a propagação de incêndios florestais dificultando, sobremaneira, a ação humana no combate às chamas, inclusive por dificuldade de acesso à água utilizada no combate”
>> Tecnologia mato-grossense pode criar sistema de vigilância contra incêndios no Pantanal
>> Pesquisadores desenvolvem aparelho mais barato para combater incêndios na Amazônia
>> Mato Grosso do Sul anuncia plano de R$ 56 mi para combate a incêndios florestais
Segundo dados divulgados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), a seca histórica que o Rio Paraguai enfrentou em 2020 deve ser semelhante em 2021, o que faz com que os pesquisadores prevejam que a grave situação vista ano passado poderá se repetir.
O ano passado, vale lembrar, foi o que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 90, quando o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou. Segundo a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), quase 30% do bioma foi consumido pelas chamas.