Incêndios de grandes proporções em construções comerciais expõem fragilidade da infraestrutura de segurança no País

Por Felipe Melo

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Atualmente, estamos vivenciando um momento conturbado na sociedade no qual os valores são reconhecidos somente após terem sido perdidos. No Brasil, ocorreram nos últimos anos incêndios de grandes proporções, que fizeram com que parte da história e cultura da humanidade fosse perdida, como em museus, por exemplo.

Na última década, arquivos, teatros, peças históricas e outros objetos de valores inestimáveis para a nossa história foram perdidos em tragédias como nos incêndios ocorridos no Memorial da América Latina, Museu da Língua Portuguesa, e, por último, no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, que ocorreu esse ano.

De acordo com a Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH), em 2019 o Brasil registrou 32 incêndios de grandes magnitudes em unidades hospitalares, além dos casos em galpões e estoques. A maioria dos casos poderiam ter sido evitados ou minimizados com a implementação de medidas de segurança contra incêndios. 

Uma das medidas de segurança que pode ajudar muito nesses momentos são as rotas de fuga, que possibilitam uma evacuação mais rápida, e a adoção de chuveiros automáticos, chamados de sprinklers, que controlam o incêndio logo no início e inibem a formação de fumaça tóxica, dando tempo e visibilidade para a evacuação do espaço, minimizando os riscos.

Vale ressaltar ainda os diversos erros apontados pelos especialistas que avaliaram alguns dos casos, como precariedade das instalações elétricas e fiações expostas. O Museu Nacional do Rio de Janeiro, por exemplo, não contava com uma rede de sprinklers, um dos principais sistemas disponíveis de combate a incêndio. Este equipamento é considerado um dos mais eficientes no controle dessas situações, pois combate as chamas ainda no início, evitando que o fogo se alastre no estabelecimento.

Os projetos arquitetônicos das construções atuais devem levar em consideração as normas de emergência, visando a aprovação da estrutura perante os órgãos reguladores. Para prevenir incêndios de forma eficiente é preciso ter um planejamento mais detalhado, que considere receber apoio de engenheiros com maior vivência de segurança contra incêndios desde o início, estabelecendo opções de proteção em casos de ocupantes com pouca ou nenhuma opção de mobilidade. 

Felipe Melo é presidente da ABSpk e especialista em incêndios e emergências.

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