Consultor fala sobre a necessidade de integrar as áreas de engenharia civil e prevenção de incêndio

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Em entrevista à revista Incêndio, o especialista Alexandre Rava de Campos explica como funciona a ação integrada da área de engenharia com a de prevenção contra incêndio

– por Mariana Bonareli

Conciliar as “engenharias” com o combate incêndio é algo necessário nos dias de hoje. O profissional dessa área deve ter o conhecimento básico sobre prevenção de incêndios na hora de construir, instalar e restaurar edificações ou locais térreos. Atualmente, muitas faculdades já possuem em sua grade de ensino a temática “engenharia de combate a incêndio”, porém, quando os ensinamentos são transferidos para a prática, ainda é preciso que haja maior profundidade na abordagem desse conteúdo. Para falar sobre essa correlação entre a área de engenharia e a especialização em combate a incêndio, e também sobre o Sindicado dos Engenheiros do Estado de Rio Grande do Sul (Senge), a revista Incêndio entrevistou Alexandre Rava de Campos, que é engenheiro civil e de segurança do trabalho. Ele participa ativamente como representante do Senge na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e é membro da Comissão Técnica de Extintores de Incêndio do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Alexandre Rava de Campos: “Engenharia civil e arquitetura são áreas cujo programa deveria conter algo mais específico de combate a incêndio”

Por que é importante um engenheiro civil ter conhecimento sobre a área de prevenção e combate a incêndio?
A área de prevenção e combate a incêndio envolve conhecimentos de diversas áreas da engenharia. Trata-se de uma área que requer conhecimentos multidisciplinares e que tem interface com as especialidades na área civil, mecânica, química, elétrica, entre outras modalidades da área tecnológica.  À semelhança do que se verifica em outros países, deveria haver a “Engenharia de segurança contra incêndio” ou simplesmente denominada “Engenharia de incêndio”, com um programa de formação próprio.  Especificamente a engenharia civil e a arquitetura são áreas cujo programa deveria conter formação mais incisiva no tocante à prevenção e combate a incêndio, haja vista a necessidade dos projetos dos empreendimentos já contarem com os requisitos de segurança contra incêndio desde o início. A concepção de um projeto já considerando os requisitos de segurança contra incêndio, ou seja, já observando a proteção passiva, entendendo-se como tal, a segurança estrutural contra incêndio, o emprego de materiais que não sejam de fácil propagação, a compartimentação, entre outros aspectos, resulta em economia no tocante a proteção ativa, ou seja, pode reduzir ou eliminar custos com as instalações de combate a incêndio (hidrantes, chuveiros automáticos, entre outras).

Por que há uma carência de profissionais que trabalhem com engenharia e prevenção de sinistros em conjunto?  Qual a importância desse elo?
Como a engenharia de segurança contra incêndio é multidisciplinar, é difícil encontrar profissionais da área tecnológica (das engenharias) que tenham capacitação técnica e legal para poder desenvolver todos os projetos específicos e executar todas as instalações de proteção contra incêndio que um determinado empreendimento venha a requerer.  Assim, é bastante usual que em um projeto de prevenção e proteção contra incêndio estejam presentes como coautores mais de um responsável técnico, e isso vem a constituir uma boa prática.  É bastante benéfico para o resultado de um empreendimento, principalmente para as grande obras, como shoppings center, loteamentos, complexos industriais, por exemplo, que haja um grupo de profissionais das diversas áreas da engenharia e arquitetura trabalhando em conjunto desde as fases iniciais, desde a concepção arquitetônica, passando para o detalhamento dos projetos, até o acompanhamento da implantação das soluções propostas.

Quais áreas da engenharia podem auxiliar em medidas de ação de segurança contra incêndio?
A segurança contra incêndio é multidisciplinar.  Há interface com a engenharia civil, mecânica, elétrica, química, em maior ou menor grau dependendo da solução adotada para a segurança contra incêndio.  É fato que existe uma correlação direta com a engenharia civil e a arquitetura, mas os conhecimentos inerentes às outras áreas da engenharia também são necessários. A engenharia de segurança do trabalho, se tivesse o programa modificado, poderia ser o curso de especialização que formaria melhor os profissionais para o desenvolvimento de soluções em proteção contra incêndio. Atualmente existem algumas iniciativas de curso de especialização específicos para a área de segurança contra incêndio, mas defendo a tese da criação do curso de engenharia de incêndio no âmbito da graduação, à semelhança do que se verifica em outros países, como nos Estados Unidos, por exemplo.

Confira a entrevista na íntegra acessando
a versão digital da revista Incêndio (ed. 149 – fevereiro/2017)

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