Empresa assume culpa por incêndio com mais de 80 mortos na Califórnia

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A companhia elétrica PG&E se declarou culpada em 84 acusações de homicídio culposo ao assumir a responsabilidade do incêndio mais mortífero da história da Califórnia, que consumiu quase toda a cidade de Paradise em 2018.

O diretor-executivo da empresa, Bill Johnson, foi o encarregado de expressar a mea culpa com a cabeça baixa perante o juiz da Suprema Corte do Condado de Butte, onde ocorreu o incêndio conhecido como Camp Fire, que arrasou 62.053 hectares e destruiu mais de 18 mil edifícios, além de ter causado 85 mortes (um dos corpos nunca foi recuperado, motivo pelo qual são 84 acusações de homicídio).

Cidade de Paradise, na Califórnia, foi quase inteiramente destruída pelo fogo. Foto: Justin Sullivan/ Getty Images/ AFP

“Nada que eu diga pode diminuir a magnitude dessa devastação ou ajudar a reparar os danos, mas espero sinceramente que as ações que estamos tomando hoje ajudem a trazer alguma paz às pessoas afetadas”, disse Johnson ao juiz, segundo a imprensa local.

As origens do incêndio

Uma investigação do Departamento de Florestal e de Proteção Contra Incêndios da Califórnia (Calfire) descobriu em maio do ano passado que a origem do incêndio foi encontrada em uma linha eléctrica operada pela Pacific Gas & Electric (PG&E), a maior empresa de electricidade e gás do estado.

O relatório do Calfire determinou que as faíscas de um cabo partido pertencente a uma linha de alta tensão perto da cidade de Pulga provocaram as primeiras chamas e que a vegetação seca, as altas temperaturas e o vento forte nesse dia contribuíram para espalhar o fogo em um ritmo “extremo”.

O incêndio desceu a encosta da Sierra Nevada e em poucos minutos atingiu as cidades de Magalia, Paradise (a maior de todas e onde causou o maior número de mortes) e Concow.

Nas imediações de Concow, o vento empurrou a vegetação contra outra linha eléctrica e foi declarado um segundo incêndio, que foi “engolido” pelo primeiro e contribuiu ainda mais para a sua rápida expansão.

As especulações sobre a possível responsabilidade da PG&E no incêndio começou poucos dias após o incêndio de novembro de 2018, quando a empresa informou as autoridades que um pequeno avião tinha identificado uma “anomalia” na linha de transmissão perto de Pulga minutos antes do início das chamas.

A empresa declarou falência em janeiro de 2019, mas ainda terá que arcar com milhões de dólares em sanções, reparações nas infraestruturas básicas das populações afetadas e indenizações a algumas das vítimas ou às suas famílias.

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