Corpo de Bombeiros de São Paulo intensifica cuidados no socorro a vítimas com Covid-19
Inclusão de novos EPIs e a retirada de manobras de ventilação nos casos de parada cardiorrespiratória estão entre os novos procedimentos adotados.
Assim que foi decretada a pandemia, em março deste ano, o Comando do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo instituiu a “Sala de Gerenciamento de Crise Covid-19” com a missão principal de criar um plano de chamada qualitativo. Na prática, a corporação adotou novos procedimentos que estabelecem substituições do efetivo operacional pelo administrativo, ou mesmo o remanejamento do operacional, e a gestão da logística de materiais de limpeza, desinfecção e de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), desde a aquisição e distribuição.
Houve também intensificação das medidas básicas de higiene já existentes na corporação, como a higienização das Estações de Bombeiros, viaturas e equipamentos, utilizando hipoclorito de sódio e álcool. Além da orientação aos bombeiros quanto à higiene das mãos no início e término de cada atendimento.
O Major PM Bernardo Curioni, Chefe da Divisão de Planejamento Operacional do Corpo de Bombeiros, diz que “uma das alterações mais relevantes nos procedimentos operacionais no socorro a vítima foi a retirada de manobras de ventilação nos casos de parada cardiorrespiratória, como ‘boca a boca’, uso de máscara de bolso ou de bolsa valva-máscara/respirador manual tipo ‘ambú’”. O protocolo de atendimento às vítimas suspeitas de portar doenças infecto contagiosas também sofreu alterações, acrescentando a colocação de máscara cirúrgica na vítima logo no início do atendimento, afim de evitar a propagação do vírus.
De acordo com o Major Curioni, com a chegada da pandemia foram empregados mais dois tipos de EPI na corporação para o atendimento a vítimas com suspeita ou confirmação de infecção pelo coronavírus. “Antes da pandemia, já era protocolar a utilização do que classificamos como EPI tipo 1, composto por avental descartável, óculos de proteção, luvas de procedimento e máscara descartável cirúrgica. Agora, também utilizamos o EPI tipo 2 – avental descartável, óculos de proteção, luvas de procedimento e máscara N-95 ou equivalente e o EPI tipo 3 – luvas de procedimento, óculos de proteção, máscara N-95 ou equivalente, roupa de proteção com capuz resistente e impermeável (Tyvek), rolo de fita adesiva não estrutural, avental descartável impermeável ou de TNT”.
Até o dia 22 de setembro, foram realizados 962 atendimentos de pessoas com Covid-19. Atualmente, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo tem um efetivo de 8.375 bombeiros, com 623 casos de Covid-19 confirmados.
Confira os procedimentos que devem ser cumpridos pelo socorrista no atendimento à vítima com Covid-19:
- Utilização do EPI tipo 3;
- O encarregado da equipe deverá cientificar o Chefe de Operações (COBOM) ou o Oficial de serviço;
- Adotar medidas de controle e isolamento do local;
- Fornecer máscara cirúrgica às vítimas e acompanhantes;
- Orientar as pessoas não envolvidas a não se aproximarem;
- Orientar as pessoas envolvidas com a vítima e familiares a permanecerem no local, visando prevenir a difusão da doença;
- Conduzir a vítima até a unidade de saúde designada;
- Durante o transporte da vítima, garantir ventilação da viatura para aumentar a troca de ar durante o deslocamento e orientar a vítima, quando possível, a manter os braços cruzados junto ao peito e manter posicionada corretamente a máscara cirúrgica, evitando a disseminação do vírus.