Incêndios florestais nos Estados Unidos causam mais de 19 mil casos de COVID-19 e têm relação com 700 mortes decorrentes da doença

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Um novo estudo, publicado na revista científica Science Advances, mostra que a fumaça gerada nos incêndios florestais que ocorreram ano passado em 92 condados  da Califórnia, do Oregon e de Washington, nos Estados Unidos, contribuiu para um aumento significativo de casos e mortes por covid-19 nesses estados. Segundo Francesca Dominici, bioestatística de Harvard e autora do estudo, se não houvesse a fumaça dos incêndios, poderiam ter sido evitados 19,7 mil casos de COVID-19 e 748 mortes decorrentes da doença.

Uma vez que a covid-19 pode levar semanas para se manifestar após a exposição ao vírus, o estudo analisou casos positivos da doença até 28 dias após o contato com as partículas oriundas da fumaça de um incêndio florestal. Os resultados indicaram que 52 condados registraram aumento no  número de pessoas contaminadas e, em todos, o PM2,5 – material particulado altamente prejudicial à saúde humana – decorrente desses  incêndios, foi associado a um aumento de 11% nos casos e 8% nas mortes decorrentes da doença. No entanto, nos Condados de Butte, na Califórnia, e de Whitman, em Washington, os casos aumentaram em 17% e 18%, respectivamente.

Apesar das evidências, Dominici explica que não é possível afirmar que a exposição à fumaça de incêndio florestal resultou em algum caso específico de covid, pois existem outros fatores influenciadores que o estudo não avaliou, como o uso de máscaras; contatos pessoais com algum indivíduo infectado; situação socioeconômica; condições de saúde pré-existentes de uma pessoa que testou positivo; ou se outras fontes históricas de PM2,5 já tinham predisposto uma comunidade a riscos de saúde, o que aumentaria o risco de infecção.

Entretanto, a cientista considera que esses fatores podem ser responsáveis por alguns casos da doença e não nega a forte associação constatada entre picos na poluição do ar e o subsequente aumento no número de casos de covid-19. Outras pesquisas corroboram com essa conexão, como uma publicação recente do Instituto de Pesquisa Desert. Esse estudo mostra que em Reno, no estado de Nevada, a exposição à fumaça de um incêndio florestal aumentou os níveis de poluição atmosférica, fato que elevou as contaminações por covid-19 em 18% naquela região.

Os cientistas ainda investigam até que ponto os incêndios florestais prejudicam a saúde humana, mas as primeiras evidências já sugerem que a fumaça pode ser mais tóxica do que se pensa, já que a inalação de PM2,5 compromete a capacidade do sistema imunológico de combater o vírus. Agora, os pesquisadores buscam entender como a fumaça dos incêndios florestais deste ano, que ocorreram no estado da Califórnia, no noroeste do Pacífico e no Canadá, afetará o número de casos de covid-19, à medida que a variante Delta, mais letal e mais transmissível, provoca mais uma nova onda da pandemia.

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