Trinta e dois casos de incêndios hospitalares são registrados em 2019
Em 2019, foram registrados 32 incêndios em unidades hospitalares, mas apenas 10% das ocorrências foram noticiadas. É o que revela Marcos Kahn, diretor da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar (ABDEH).
Apesar de não haver nenhum tipo de estatística oficial do tipo no Brasil, alguns estados da Federação fazem o registro. “[…] Vejo um problema claro de subnotificação da imprensa. Quando as chamas têm pouca interferência nos atendimentos ou quando não há óbitos, a população não fica sabendo”, diz Kahn. O baixo índice de divulgação gera um problema ainda maior: pacientes tendem a acreditar que hospitais estão isentos de acidentes, mas a realidade é oposta.
Para o diretor-geral do Instituto Sprinkler Brasil, Marcelo Lima, “as características das edificações hospitalares tendem a agravar ainda mais os incêndios. Considerando a baixa mobilidade das pessoas internadas e a falta de treinamento de emergência de quem está no hospital no momento, deve-se imaginar o impacto que as chamas podem proporcionar.”
As grandes causas dos acidentes estão relacionadas à cozinha, uma área sensível com gases combustíveis próximos aos equipamentos de cocção. Os equipamentos, de pequeno ou grande porte, também oferecem riscos elétricos, assim como grupos geradores. Um curto-circuito foi motivador do incêndio do Hospital Badim, no Maracanã (RJ), por exemplo, que deixou 25 mortos.