Pela segurança e a saúde do trabalhador

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Comitês de Estudos Especiais de EPI’s são determinantes para melhorar a qualidade de vida do profissional e diminuir os acidentes – Por Débora Luz

 

Os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individuais) têm papel essencial na redução de acidentes de trabalho em situações de risco. E embora se deva dar prioridade total aos cuidados do ambiente de trabalho, com a implantação de sistemas de gestão de segurança e saúde nas empresas, a adequada utilização dos EPI é imprescindível.

O CB-32 (Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual), criado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em 1996, tem o objetivo de centralizar e agilizar as normas do EPI, porque até então, as normas brasileiras sobre o assunto eram elaboradas em diversos comitês. Nestes anos, o comitê vem trabalhando com várias comissões de estudo que, por meio das normas técnicas, promove a melhoria de qualidade dos equipamentos oferecidos para os trabalhadores, colocando em contato os fornecedores de insumos, fabricantes e consumidores na mesma sala para discutirem assuntos em comum.

Nesse sentido, a revista Incêndio conversa, nesta edição, com o capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, Adriano Martins, coordenador de três Comissões de Estudo Especial do ABNT/CB-32: Vestimentas, Calçados e Capacetes de Combate a Incêndio para falar sobre os trabalhos desenvolvido pelos comitês e a importância deles para a conjuntura atual de proteção contra o acidente e doença no trabalho no Brasil. Martins é formado em Administração de Segurança Pública (Academia de Polícia Militar do Barro Branco), em Engenharia Civil (Universidade de Guarulhos), mestre em Administração de Segurança Pública. Atuou como chefe da Seção de Orçamentos e Custos, do Departamento de Finanças e Patrimônio do Corpo de Bombeiros de São Paulo, responsável pela elaboração de especificações técnicas e projetos básicos, e cotações iniciais para as aquisições do Corpo de Bombeiros no âmbito do Estado. Atualmente, atua como chefe da Seção de Controle de Bens Imóveis (regularização e obras em geral).

Há quanto tempo existem estas comissões e porque foram criadas?
Essas Comissões foram instituídas em meados de 2009 inicialmente para criar uma norma brasileira para Equipamento de Proteção Individual para Combate a Incêndio, com base na ISO 11.613 de 1999, considerada por muitos como uma norma internacional, por envolver no mesmo texto requisitos da EN (European Standard) e da NFPA (National Fire Protection Association), e que passava pela terceira tentativa de revisão. Para tanto, apesar de ser somente uma norma em questão, foram criadas três Comissões de Estudo Especial, cujas coordenadorias ficariam sob responsabilidades de integrantes de Corpos de Bombeiros que haviam sido convidados: ABNT/CEE-131 – Comissão de Estudo Especial de Vestimentas para Combate a Incêndio, coordenado pelo Corpo de Bombeiros do Paraná, por meio do capitão Losso; ABNT/CEE-132 – Comissão de Estudo de Especial de Calçado de Segurança para Combate a Incêndio, coordenado pelo Corpo de Bombeiros de Brasília, por meio do capitão Tempesta; e ABNT/CEE-133 – Comissão de Estudo Especial de Capacete de Segurança para Combate a Incêndio, coordenado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, estando em minha responsabilidade.

Infelizmente, após diversos trabalhos e uma quarta tentativa de revisão, a norma ISO 11613 não foi atualizada e os nossos esforços foram perdidos. Mas ainda tínhamos a necessidade de uma norma mais atualizada, para nortear a elaboração da norma nacional, pois desde de 1999, tanto a EN quanto a NFPA haviam sofrido revisões. Para tanto, a ISO (International Organization for Standardization) criou uma nova norma para estudos, a ISO 11.999, dividindo-a em 10 partes. Com isso, nossas Comissões, sob a batuta do CB-32, ficaram incumbidas de se basearem nessa norma para a criação de uma NBR-ISO para EPI de Combate a Incêndios. Atualmente, pela impossibilidade da participação dos colegas de outros Estado, atuo na Coordenação das três Comissões.

Qual o objetivo de cada comissão?
É traduzir as partes da norma ISO 11.999 correspondente à sua área de atuação, adequando o texto ao vernáculo do segmento de segurança. Posteriormente, cada parte, transformada em NBR-ISO poderá ser publicada individualmente, da mesma forma que a ISO está tratando suas normas. Nesse ano de 2015 as quatro primeiras partes da ISO 11.999 já foram aprovadas e publicadas: Parte 1 – Geral; Parte 2 – Compatibilidade; Parte 3 – Vestimenta; Parte 4 – Luvas.

 

Leia a entrevista na íntegra em Incêndio – edição 122

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