Organização planeja brigada nacional de combate a incêndios florestais

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As previsões meteorológicas para este ano não são nada animadoras. Há previsão de que a estiagem, que ocorre entre maio e setembro, seja tão ou mais intensa que em 2020, quando praticamente todo o país registrou aumento no número de incêndios. A situação foi mais grave no Pantanal Matogrossense e na região Amazônica, onde milhares de hectares foram destruídos pelo fogo.

Uma situação que já mobiliza as atenções das brigadas voluntárias de combate a incêndios florestais e que foi debatida na live “Ponto de Encontro Brumadinho: Incêndios Florestais e Brigadas Voluntárias”. O encontro reuniu Rafael Gava, representante da Rede Nacional de Brigadas Voluntárias; Leonardo Debossan, presidente da Brigada 1; Janaína Pinheiro, da Brigada Guará;  Alysson Vinícius, da Brigada Carcará; e Rodrigo Belo, gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do Instituto Estadual de Florestas – IEF, órgão do governo de Minas Gerais. Todos destacaram as dificuldades de manter as estruturas organizacionais para o enfrentamento às chamas em áreas de preservação ambiental.

De acordo com Gava, um dos passos é viabilizar uma brigada nacional voluntária. “Precisamos ter condições de organizar forças-tarefa para atuação em grandes ocorrências”, destacou.  E relembrou a experiência do ano passado no Pantanal, quando diversos brigadistas se dirigiram ao Mato Grosso para auxiliar no combate às chamas que destruíam o ecossistema. “Chegaram cinco do Pará, oito do Mato Grosso, cinco de Tocantins, mais sete de Goiás, mas não formavam um grupo, um time”, lembra. “Precisamos nos organizar para ter uma atuação padronizada.”

Para o presidente da RNBV, apesar de não atuarem juntos, é possível atuarem “como um time”. “Precisamos ter uma infraestrutura que nos permita chegar a uma área de incêndio florestal de grandes proporções sem que o comando de operações tenha que se preocupar como iremos comer, onde iremos nos hospedar, como vamos chegar e como iremos embora, quais equipamentos temos. A ideia é ser uma força autônoma, capaz de chegar e dizer ao comandante: estamos com 25, 30 brigadistas preparados, capacitados, experientes, organizados e que vão seguir o sistema de comando de operações ou o sistema de comando de incidentes”.

Demandas aumentando

Alysson, da Brigada Carcará, lembrou que as demandas por brigadistas de combate a incêndios florestais têm aumentado a cada ano. E defendeu um trabalho preventivo junto aos produtores rurais e às comunidades tradicionais. “Não temos como impedir que as pessoas queimem o pasto para reformá-lo, mas podemos orientar sobre medidas preventivas para evitar que o fogo saia de controle e provoque um grande incêndio”, afirmou. “É possível, por exemplo, orientar que comuniquem uma brigada quando forem fazer a queimada para que ela fique de prontidão”.

Já Rodrigo Belo, que já foi também da Brigada 1, destacou que o problema dos incêndios florestais é crescente. Somente na Serra do Rola Moça, na região de Belo Horizonte, são registrados entre 80 e 100 incêndios por ano. “E nós temos poucos incêndios naturais no país, a grande maioria, cerca de 90% deles, são provocados por raios. O volume maior desses incidentes é causado pelo homem”.

Atualmente, o IEF possui a maior frota de aviões de combate a incêndios florestais do país, com oito aeronaves contratadas. E também, segundo Belo, conta com apoio aéreo do Corpo de Bombeiros Militar. “Isso possibilita maior agilidade de ação”, explicou.

Já Gava lembrou que as brigadas voluntárias sofrem com a falta de equipamentos. “Desconheço a existência de uma brigada que tenha todos os equipamentos necessários”, afirmou. Além disso, ele lembrou que falta relacionamento institucional, pois, principalmente nas cidades, os conflitos políticos e fundiários afetam a manutenção e até mesmo a atuação dos brigadistas.

E foi exatamente para dar apoio a essas organizações que surgiu a Rede Nacional de Brigadistas Voluntários. “Somos voluntários sim, mas não amadores. Queremos ser profissionais na questão de conhecimento, ação e métodos de procedimentos”, concluiu.

 

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