Capacitação de motoristas e uso da tecnologia são essenciais para evitar acidentes no transporte de produtos perigosos

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Diariamente, caminhões circulam pelas estradas e rodovias do país transportando produtos perigosos, que assim são classificados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pelo potencial de causar danos ou apresentar risco à saúde e segurança das pessoas e também ao meio ambiente.

Segundo levantamento da ABTLP (Associação Brasileira de Transporte e Logística de Produtos Perigosos), cerca de 70% dos produtos perigosos são inflamáveis. “Nesta categoria estão os combustíveis, principalmente o etanol pelo alto volume transportado”, afirma Sergio Sukadolnick, vice-presidente da ABTLP e executivo de Relações Institucionais da Ceslog, uma das empresas do Grupo Cesari.

Os caminhões que transportam produtos perigosos são identificados com símbolos e cores diferentes, que seguem normas específicas para cada tipo de produto. São nove classes de risco, como o losango na cor vermelha para os inflamáveis. Sukadolnick lembra que, em 1982, a identificação dessa classe de produtos era feita com uma faixa branca adesivada na lateral de todo o veículo. Hoje, o Brasil segue a classificação de risco internacional.

Também devem ser observadas as normas do INMETRO para os equipamentos que transportam produtos perigosos. Segundo Sukadolnick, “os tanques para combustível podem ser de aço carbono, inoxidável ou alumínio e para o transporte de hipoclorito concentrado, que tem 13% a 14% de cloro altamente corrosivo, o tanque precisa ter um revestimento interno em resina ou borracha”.

Por isso, é fundamental que o motorista conheça as legislações vigentes e receba orientação das transportadoras sobre o produto. E tenha os contatos com a polícia rodoviária, a defesa civil e o corpo de bombeiros, nos casos de emergência na estrada.

“Para realizar o serviço de transporte de produtos perigosos é recomendado que o motorista tenha a carteira nacional de habilitação de acordo com o veículo que irá conduzir, por exemplo categoria E, onde é permitido dirigir carretas e caminhões com reboque e semireboques articulados. Estamos planejando um treinamento específico para esses motoristas”, revela Sukadolnick.

Outro aspecto importante é que todos os motoristas que desejam trabalhar neste setor são obrigados a fazer o curso de Movimentação de Operação de Produtos Perigosos (MOPP), realizado pelo SEST SENAT para formação de condutores de transporte de produtos perigosos. A cada cinco anos é feito uma reciclagem para renovação da carteira de habilitação.

A ABTLP tem apoiado alguns programas de treinamento e capacitação desses condutores, dentre eles o programa “Olho Vivo” da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química), que consiste em observar o comportamento de motoristas na estrada como, por exemplo, se ele está falando ao celular ou dirigindo só com uma mão ao volante. Estas anotações são encaminhadas, sem identificar a placa do veículo, analisadas e apresentadas nos treinamentos.

Dispositivos inteligentes alertam motorista

O uso da tecnologia também tem contribuído para mitigar os acidentes com produtos perigosos e aumentar a segurança dos motoristas. Dispositivos de sensor de fadiga e sistemas de videomonitoramento têm sidos utilizados por algumas transportadoras, entre elas o Grupo Cesari. “Tem a pulseira inteligente que alerta se o motorista está com problemas físicos e o rotograma falado para avisá-lo de áreas de risco, por exemplo”, conta Sukadolnick.

Todavia, essas tecnologias de nada adiantam se o motorista não respeitar as normas de segurança. O executivo relata que há casos de câmeras que registraram o motorista infringindo o limite de velocidade, mesmo sendo alertado pelo rotograma.

A falta de sinalização adequada, em grande parte das rodovias no Brasil, também deve ser considerada como um alto fator de risco. A ABTLP participa de um estudo para criar símbolos específicos para sinalização nas estradas.

“Em conjunto com outras entidades setoriais, entre elas Abiquim, ABNT e a Secretaria de Logística do Estado de São Paulo, temos acompanhado a evolução das normatizações, que hoje são mais de 400, e as tecnologias para fornecer as ferramentas adequadas e necessárias às empresas”, diz o executivo.

Com mais de 70 empresas associadas, a ABTLP reúne empresários com atividades em transporte, logística, operação multimodal e agenciamento de cargas rodoviárias, ferroviárias, dutoviárias, marítimas ou aéreas de produtos perigosos.

Há mais de 45 anos atuando neste setor, Sukadolnick tem liderado muitas iniciativas na ABTLP por meio de programas de treinamento e cursos de capacitação de motoristas voltados para prevenção de acidentes. Ele também é membro do Dinos Group, criado pelo João Carlos Hermenegildo, com o objetivo de ajudar o Poder Público e a Defesa Civil em situações de emergência.  O grupo é formado por bombeiros, socorristas e técnicos de várias partes do país com pelo menos 20 anos de experiência.

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