Incêndios com produtos perigosos requer treinamento especial

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Recentemente, um incêndio atingiu uma indústria química no município de Xanxerê, no oeste de Santa Catarina. Segundo informações do Corpo de Bombeiros local, um dos combatentes chegou a ser lançado a alguns metros de distância, mas não teve ferimentos, pois utilizava todos os equipamentos adequados na ação e, não houve feridos. Foram necessários 100 mil litros de água para controlar as chamas e em razão da presença de produtos perigosos, a Defesa Civil emitiu alerta local para a emissão de fumaça altamente tóxica e recomendou aos moradores do município que mantivessem as janelas fechadas.

Esse é um exemplo de um tipo de ocorrência presente no trabalho do corpo de bombeiros: a emergência em lidar com produtos perigosos. Elementos que vão do lítio ao cloreto de vinila até a mistura de produtos de limpeza considerados “inofensivos”, como álcool e água sanitária, podem causar sérios problemas e desafios aos profissionais que precisam lidar com essas ocorrências, que podem variar desde uma intoxicação até mesmo uma explosão de derramamento desses produtos.

 

Detecção e avanços

 

Quem lida com essas situações precisa de constante treinamento, que envolve simulações e capacitações. Em Guarulhos, SP, a prefeitura participou de uma simulação de explosão e incêndio em um caminhão carregado de solvente inflamável, em conjunto com o Corpo de Bombeiros e o Sistema Integrado de Emergência de Guarulhos (Sieg). Foram treinados 132 agentes, que tiveram suas habilidades testadas no controle de incêndio químico, atendimento a feridos e evacuação da população que vive nos arredores da ocorrência. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Waldir Pires, a ação visa a manter os funcionários preparados para emergências. “Esse tipo de treinamento é muito importante porque ele se aproxima muito da realidade. Nele vivenciamos os protocolos que serão adotados no atendimento.

No campo tecnológico, universidades atuam em criar mecanismos de detecção precoce para possíveis casos de explosão por produtos químicos. É o caso da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que desenvolveu um software capaz de simular tais riscos, além de calcular danos e evitar acidentes. A ferramenta, criada por pesquisadores e alunos da Faculdade de Engenharia Química, pode ser aplicada em residências e empresas. “Pode ser usado na investigação de acidente, além de ser uma ferramenta para ajudar em projetos de instalações industriais, bem como investigar e prevenir acidentes domésticos, como, por exemplo, o vazamento de gás, um evento relativamente comum”, explicou o docente Sávio Vianna, em entrevista ao portal G1.

 

Capacitação

 

Outro exemplo em que o treinamento é importante é o ocorrido no Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, o major Marcelo Della Giustina da Silva, subcomandante do 10° Batalhão de Bombeiros Militar (10º BBM), em São José, e membro da Coordenadoria de Emergências com Produtos Perigosos, iniciou o Curso Básico de Armas Químicas e Substâncias Tóxicas Industriais, organizado pela Organização Mundial para Proibição de Armas Químicas (OPAQ), em 20 de março, em Guayaquil, no Equador. Participaram do curso, de uma semana, representantes de 13 países da América Latina, sendo o militar o único representante do Brasil.

“Para mim é uma honra e um prazer enorme representar o CBMSC e o Brasil frente à OPAQ. Sem dúvidas é uma grande oportunidade de aperfeiçoamento profissional e troca de conhecimento com profissionais de outros países”, afirma o major Marcelo.

Atendimentos envolvendo ataques com armas químicas ou emergências, ocorrências com substâncias químicas, biológicas, radioativas e nucleares foram os temas do treinamento.

Além do aporte de um agente capacitado, as empresas também precisam estar cientes dos possíveis riscos. Trabalhadores e gestores na indústria química Henkel, especializada em adesivos, unidade em Jundiaí, SP, comemoram um feito: há 7 mil dias, ou seja, mais de 19 anos, está sem acidentes com afastamento, sendo a primeira planta da companhia a atingir esse patamar na América Latina.

“Investimos em ações e programas de desenvolvimento de pessoas e em tecnologia de automação para garantir processos seguros e robustos. A comunicação assertiva sobre procedimentos de segurança e mitigação de riscos é outro fator essencial para zelar pela integridade dos colaboradores”, explica Thiago Tornatore, gerente da planta de Jundiaí.

Segundo informações, a companhia tem mais de mil comportamentos anuais seguros e inseguros registrados através do SusaConversation (sigla do inglês para Safe&UnSafeActs, ou atos seguros e não seguros, em português), programa que reconhece atos inseguros dos funcionários. O programa inclui enaltecer comportamentos seguros dos funcionários, um estímulo à manutenção de atividades corretas para atendimento dos requisitos.

Foto: Divulgação/Defesa Civil de Vinhedo

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