Brasil tem “boom” de registros de cursos de Segurança Contra Incêndio

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Com apenas uma opção em 2009, os cursos de especialização em segurança contra incêndio (SCI) cresceram nos últimos anos e chegam a pelo menos 89 ativos até o momento, segundo dados do Ministério da Educação (MEC). O crescimento mais que dobrou de 2020, saído de 11 registros para 26 novas especializações no ano passado.

A tendência de alta deve se manter neste ano, já que em 31 de maio havia 16 novos cursos registrados, volume recorde para o período desde o início dos primeiros registros, em 2009.

“Os números do MEC, embora sejam gerais, mostram que há um interesse crescente pelo tema no Brasil. Isso mostra uma busca por qualificação dos profissionais e a modernização das medidas para proteção de incêndio no país”, diz Marcelo Lima, diretor-geral do Instituto Sprinkler Brasil, organização sem fins lucrativos que tem como missão difundir o uso de sprinklers nos sistemas de prevenção e combate a incêndios em instalações industriais e comerciais no país. Segundo Lima, é importante que interessados no tema façam uma pesquisa extensa sobre as atividades oferecidas para garantir uma especialização segura e com qualidade.

Especialistas no ensino de segurança contra incêndio avaliam que o cenário de aumento na procura é resultado de uma demanda maior da sociedade por proteção adequada e pelo aperfeiçoamento do perfil destes profissionais no Brasil. De acordo com Dayse Duarte, professora do curso de SCI pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), é fundamental que o profissional seja reconhecido e habilitado para dimensionar e utilizar sistemas de proteção contra incêndio.

“Houve uma evolução muito grande no entendimento do que é a Engenharia de Incêndio e do que é a Segurança Contra Incêndio. É necessário, então, que esse conhecimento seja divulgado e ajude a formar mais pessoas”, diz Dayse. “Estamos estruturando um curso de especialização na UFPE e buscando a habilitação ou certificação deste profissional no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas) para garantir essa segurança adequadamente”.

 

Dinâmicas de incêndio

 

E para isso, explica a professora, é necessário que o ensino vá além das normas exigidas pela legislação e aborde diferentes tipos de dinâmicas de incêndio, como os industriais.

Primeiro a trabalhar com especialização em SCI no Brasil, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Paraná e professor/coordenador da pós em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico da PUCPR, Ivan Ricardo Fernandes enfatiza a formação de um ciclo completo do profissional, do projeto à utilização dos sistemas de proteção contra incêndios.

“Nós partimos da legislação, vamos abordando aspectos comuns entre elas e os mais complexos, avançamos para os projetos e dimensionamentos e cobrimos atividades práticas de combate a incêndios, até o uso de extintores. É preciso que esse profissional também saiba utilizar o sistema que dimensionou. Tivemos 14 turmas e já formamos 171 profissionais com esta capacidade”, diz Fernandes.

Os especialistas dizem que a tendência é que a procura no Brasil por especializações em SCI continue em alta, já que as atualizações da legislação e a busca para antecipar e evitar incêndios de grandes proporções exigem profissionais cada vez mais qualificados.

Incêndios em indústrias têm sido muito frequentes e precisamos deixar claro que cumprir a legislação é o mínimo que se deve fazer. Mas é fundamental que os profissionais avancem na qualificação e sejam capazes de projetar sistemas que considerem as especificidades de cada tipo de ocupação”, explica Marcelo Lima.

 

Ano Registros de especialização em segurança contra incêndio
2009 1
2013 1
2014 4
2015 2
2016 4
2017 4
2018 11
2019 8
2020 11
2021 27
2022* 16
Total 89
*até 31 de maio
Fonte: MEC

 

 

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