Especialista garante que não é comum esses aparelhos incendiarem, mas indica alguns cuidados para evitar problemas
No final do ano passado, o Portal G1 publicou matéria sobre um celular esquecido dentro de um carro em Brasília que pegou fogo e mobilizou diversas pessoas para evitar o pior. Um fato raro, segundo o Engenheiro Elétrico do Instituto Mauá de Tecnologia, Eduardo Pouzada. “Um celular pegar fogo não é algo comum nem ocorre com frequência”, garante.
No vídeo não é possível saber o que provocou o acidente. Mas Pouzada destaca que é preciso tomar alguns cuidados. “É necessário observar que o celular não devia ter sido deixado no interior do veículo; não se sabe se ele estava ligado ou desligado nem se estava conectado eletricamente a outro dispositivo; era calor (dezembro 2020), havia sol forte e o aparelho estava no interior de um automóvel fechado e estacionado. Estas não são condições adequadas para deixar o aparelho. A temperatura da bateria deve ter ultrapassado o limite máximo permitido”, analisa.
Pouzada lembra que os componentes dos circuitos eletrônicos dos celulares não explodem nem pegam fogo em circunstâncias normais de utilização. “O cuidado maior é sempre com a bateria que alimenta/energiza o circuito e com os fios de conexão externa, mas havendo adequação às normas de uso informadas pelo fabricante, o celular não pega fogo”.
O engenheiro elétrico destaca que “é comum observarmos que os celulares nem sempre são tratados com a atenção que merecem. Por exemplo, um fio de conexão maltratado pode ocasionar um curto-circuito”.
Proteção da bateria
Atualmente os celulares possuem bateria de lítio, mais ecológicas pois seu descarte agride menos a natureza. Ela armazena uma quantidade de energia elétrica muito maior do que outras baterias, mas exige mais cuidados, porque o material dentro dela não é tão estável, embora os aparelhos possuam um sistema de segurança interno mais eficiente.
Ela é composta de duas chapas, uma positiva e a outra negativa, um material isolante entre elas e um meio condutor de eletrólito, que deve ser mantido sob pressão e temperatura controladas. Para isso existe um pequeno circuito eletrônico.
Devido ao eletrólito ser extremante instável, qualquer evento em que ele perca a estabilidade faz com que ocorra liberação de calor em grande quantidade, o que pode provocar fogo ou explosão. Esta instabilidade pode ser causada por uma queda do aparelho celular, bateria exposta a altas temperaturas ou mesmo quando o circuito eletrônico de proteção da bateria esteja danificado ou apresente falha.