Temporada das festas juninas requer atenção para uso dos fogos de artifícios com responsabilidade e sem acidentes
O período de Festas Juninas se aproxima e com ele um personagem, que também está presente no Ano Novo e em outras comemorações, ressurge: os fogos de artificio, que além de enfeitarem os céus das cidades, se mal utilizados, podem causar consequências graves a quem os solta e também ao entorno.
Uma ocorrência recente foi em Ilhabela, SP, em abril, quando um caminhão com fogos foi consumido pelo fogo. Informações divulgadas pela TV BAND frisam que a equipe de resgate dos bombeiros foi acionada e ao chegar ao local, o veículo estava em chamas, o que gerou uma situação de risco devido à natureza explosiva da carga que transportava.
“Apesar disso, não foi identificado nenhum produto perigoso durante o incêndio, os bombeiros conseguiram extinguir as chamas e a área afetada foi isolada pelas autoridades para garantir a segurança da região, ficando sob os cuidados do policiamento local e não houve relatos de feridos”, informa notícia.
Cuidados nas festas juninas
Outro problema é com acidentes com pessoas ao manusear os rojões. O Ministério da Saúde aponta que de 2019 a 2022, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 1.548 internações por ferimentos causados por fogos de artifício, ou um caso por dia. Até setembro de 2023, a pasta contabilizou 266 internações com o mesmo perfil, divulga reportagem da Agência Brasil.
De acordo com Eduardo Tracz, capitão Subcomandante Metropolitano do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul (CBMMS), a primeira medida de quem vai soltar os fogos conferir no ato da compressa se material é certificado por órgãos como o Corpo de Bombeiros e o Exército Brasileiro.
“Isso vai garantir que o produto é de qualidade, certificado, e ainda vai minimizar os riscos de qualquer acidente. Também é importante ressaltar que não se deve ingerir bebidas alcoólicas nesse manejo, porque geralmente nessas festas sempre há familiares, vizinhos e amigos, o que coloca todos em risco. O correto é evitar ao máximo misturar bebida com fogos”, afirma.
O militar acrescenta outras medidas de segurança como ler as atentamente as orientações presentes no rótulo do produto; não soltar fogos em locais fechados; jamais sobrepor rojões de papelão ou mesmo colocar suas bases no chão ou ainda soltar da mão, além de acionar o foguete sempre para cima e atentar-se ao efeito retardado, ou seja, nunca se aproximar ou tentar reacende-lo caso haja falhas.
Treinamento
O profissional que atua com pirotécnica, chamado de Blaster, precisa passar por um treinamento especializado.A Associação Brasileira de Pirotecnia (Assobrapi), por exemplo, realiza tal capacitação. Em agosto último foi o 11º Curso de Blaster Pirotécnico, em agosto em Ribeirão Pires, região metropolitana de São Paulo. “Os alunos tiveram aulas teóricas e práticas, como montagem e show de pirotecnia, além da aplicação da prova aplicada pela Polícia Civil, que esteve presente no último dia de curso, emitindo carteiras profissionais”, frisa nota.
Há também normativas pertinentes regionais para quem comercializa, como a Instrução Técnica (IT) 30/2018, do Corpo de Bombeiros, estabelecendo as condições necessárias de segurança contraincêndios em edificações destinadas ao varejo de fogos deartifício.
Os bombeiros também passam por tais qualificações, em dezembro, o Centro de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES) realizou uma palestra aos militares da Seção de Atividades Técnicas da corporação
Eduardo Daniel de Souza, investigador de polícia do Estado de São Paulo, foi o palestrante, que falou da importância da fiscalização de grandes eventos que envolvem fogos de artifício, bem como informações sobre segurança e ocorrências envolvendo fogos, bombas e explosivos.
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