Período do ano que concentra 72% do total de queimadas é alvo da Operação Corta Fogo
Ação que integra a ARTESP, concessionárias, Secretaria do Meio Ambiente, Bombeiros e outros órgãos visa prevenir e reduzir o número de incêndios
A chegada do inverno, no dia 21 de junho, marca o início do período do ano em que o clima é mais seco e, consequentemente, aumenta a incidência de queimadas. A vegetação seca é combustível para o alastramento do fogo, e entre as áreas afetadas por esse problema estão os entornos das rodovias, o que, além do problema ambiental, representa perigo para os motoristas. Por isso, nessa época, as concessionárias do Programa de Concessão de Rodovias do Estado de São Paulo, sob fiscalização e gerenciamento da ARTESP (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), intensificam ações para combater os incêndios às margens das estradas concedidas e reduzir os riscos causados por esse fenômeno. Entre as ações está a participação na Operação Corta Fogo, programa que prevê atuação conjunta para prevenção e combate das queimadas, que envolve também a Secretaria do Meio Ambiente, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil Estadual e outros órgãos.
Como ocorre desde o ano passado, a Operação Corta Fogo terá cinco meses de duração – até 2013 eram quatro meses. As ações serão desencadeadas a partir deste domingo, dia 7 de junho, e se estenderão até o dia 31 de outubro, na primavera, pouco mais de um mês após o término do inverno. A meta da operação é reduzir o número de focos de incêndio em 50% em relação a 2005, considerando medição feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Naquele ano, o satélite monitorado pelo Inpe registou 5.853 incêndios. O equipamento identifica queimadas em áreas a partir de 30 m². No ano passado, o satélite registrou 4.717 focos, bem acima da meta. Devido ao clima extremamente seco registrado em 2014, o número de queimadas foi bem maior do que em 2013 (2.055) e 2012 (2.159), anos em que a meta foi atingida.
Nas estradas
O número de incêndios à beira das estradas nos cinco meses abrangidos pela operação representa entre 56% e 72% do total de queimadas registradas no ano, mostra levantamento da ARTESP tendo por base dados dos últimos quatro anos. Em 2014, esses cinco meses concentraram 62,9% do total de queimadas às margens das rodovias concedidas: de 8.243 casos registrados, 5.058 ocorreram entre junho e outubro. Os números de queimadas registrados pela ARTESP são maiores do que os do Inpe porque também consideram áreas incendiadas inferiores a 30 m². Como ocorreu com os registros do Inpe, os casos às margens das rodovias sofreram sensível aumento devido ao clima ainda mais seco que o normal. Em 2013 foram 5.442 casos, sendo 3.072 (56,4% do total) entre junho e outubro; em 2012, 5.389 ocorrências, das quais 3.704 (68.7%) no atual período da Operação Corta Fogo; e em 2011, 6.668 casos, sendo 4.811 (72,1%) de junho a outubro.
Uma das principais causas de queimadas nas rodovias no Estado é o lançamento de bitucas de cigarros pelas janelas dos veículos, que serve de ignição para o incêndio na vegetação seca. Outros fatores são a utilização de fogo para limpeza de terrenos, queima de lixo, fogueiras, queimadas para fins agrícolas não autorizadas e também os balões. Nas faixas de domínio das rodovias, além das bitucas, grande número de focos é provocado pela população vizinha à estrada ou transeuntes, principalmente nas áreas mais próximas aos aglomerados urbanos.
Campanha
Durante a Operação Corta Fogo, as concessionárias distribuirão nas praças de pedágio folhetos orientando os motoristas a ligarem para os Bombeiros (193) ao avistar fumaça ou focos de incêndio. O material também alerta aos usuários para evitarem atirar cigarros e fósforos acesos às margens das rodovias, além de outras recomendações como não soltar balões, evitar acender fogueiras perto de matas e em dias de vento, entre outras. No material constam, ainda, os telefones do Disque Ambiente (0800 113 560) e Polícia Ambiental (0800 0555 190). Também haverá a exibição de mensagens educativas nos painéis de mensagem variável das rodovias, inserções de mensagens nos sites da concessionárias, além de palestras e ações de conscientização.
Nas rodovias, as queimadas comprometem a segurança do motorista, já que a fumaça reduz a visibilidade, o que pode levar a acidentes, principalmente colisões traseiras. No caso do motorista se deparar com alguma queimada na rodovia, além de avisar os órgãos competentes, ele pode tomar algumas precauções para prevenir acidentes: fechar o vidro do veículo; manter distância segura do veículo da frente; trafegar com farol baixo aceso; não ligar o pisca alerta com o veículo em movimento; e não parar na faixa de rolamento.
Concessionárias
Para agilizar o combate aos incêndios na mata localizada na faixa de domínio das rodovias, as concessionárias aumentam o número de carros-pipas de serviço nessa época do ano. Algumas concessionárias dispõem ainda de tanques rebocáveis e também firmam parcerias com usinas, indústrias e outros estabelecimentos empresariais com estrutura para o combate ao fogo. Em trechos urbanos de algumas rodovias é desenvolvido um trabalho junto à comunidade com orientações sobre o risco de atear fogo ao lixo e outros detritos próximo da rodovia.
A concessionária que mais registrou ocorrências de queimadas em sua área de domínio em 2014 foi a Autoban, responsável pelo sistema Anhanguera-Bandeirantes. Foram 2.149 casos, sendo 1.319 (61%) entre junho e outubro. Entre as medidas adotadas pela Autoban nessa época do ano está o aluguel de caminhões pipas para ampliar a frota de combate aos incêndios. Outras ações são o recolhimento de lixo doméstico jogado na beira da estrada por moradores vizinhos da rodovia, coleta de grama e galhos gerados pela poda e implantação de aceiros (trecho em que a vegetação é retirada) entre a faixa de domínio e as propriedades lindeiras à rodovia, evitando assim a propagação do fogo.
A Renovias aparece em segundo no ranking de queimadas. A concessionária administra as rodovias SP-340 e SP-342 e parte das SP-215, SP-344 e SP-350, estradas responsáveis pela ligação entre Campinas, Circuito das Águas Paulista e Sul de Minas Gerais. Em 2014, foram 813 queimadas na área sob concessão da Renovias (490 de junho a outubro, ou 60%). A Renovias informou que nessa época do ano faz a implantação ou manutenção de aceiros e intensifica a roçagem da mata na área de domínio da rodovia com objetivo de evitar que a vegetação seca sirva de combustível para as queimadas.
Registros de queimadas ao longo dos 6,4 mil quilômetros de rodovias concedidas em São Paulo:
Importante destacar que os dados não configuram um ranking de onde houve mais ou menos áreas queimadas, pois deve-se levar em conta a extensão das rodovias, onde há áreas urbanas e onde estão áreas com vegetação, que são diferentes em cada concessão.
Com informações da Assessoria de Imprensa da ARTESP
Além das queimadas causadas por fuligem incandescente que sai dos escapamentos do ônibus e caminhões…Vejam “Queimadas no Brasil: Causa real nas rodovias” , no google.
Edmar – Itabira – MG