Mapa de queimadas na Amazônia: índices alarmantes, causas e previsões

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Um dos maiores inimigos das florestas, as queimadas são um problema cada vez mais desafiador na Amazônia Legal. De 1º de janeiro a 13 de agosto deste ano, o Brasil registrou mais de 41 mil focos de incêndio. Quatro estados da região amazônica lideram a estatística: Mato Grosso, Maranhão, Pará e Tocantins.

O Portal Amazônia preparou um panorama das queimadas na Amazônia, com os estados e municípios que despertam mais preocupação, as medidas adotadas para o combate do problema e a opinião de especialistas sobre a influência das causas e a projeção para os próximos anos.

De acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais), seis dos nove estados da Amazônia apresentam um número de superior de focos de incêndio neste ano em comparação ao mesmo período em 2014. O aumento mais significativo ocorreu em Rondônia, com 1.281 casos neste ano contra 613 em 2014 – elevação de 108%.

O Tocantins reduziu o número de queimadas em 8% (4.280 focos de incêndio neste ano), mas ainda é um dos Estados com maior incidência. O Mato Grosso também apresenta redução nos números, mas ainda é o estado brasileiro com o maior número de focos de incêndio: 8.114 casos só neste ano.

Não obstante, nove dos dez municípios com mais focos de incêndio em 2015 são da Amazônia. Curiosamente, o único fora da região é quem lidera o quesito: Corumbá, no Mato Grosso do Sul (883 focos). Logo depois aparecem São Félix do Xingu, do Pará (646), Mirador, no Maranhão (604), e Altamira, também do Pará (572). Sete dos nove líderes da Amazônia em focos de incêndio estão no Pará ou Maranhão.

Causas e previsões
Com a intensificação do fenômeno El Niño neste ano, as águas estão mais quentes na superfície do Pacífico, levando à supressão de chuvas no leste da Amazônia e ao aumento do risco de queimadas. Maranhão, Mato Grosso e Pará são os estados brasileiros com maior risco de queimadas neste ano. A previsão foi feita a partir de uma metodologia criada por cientistas da Nasa e da Universidade da Califórnia.

O período de maior ocorrência de queimadas no Brasil é entre junho e setembro. Costuma começar como alternativa para a limpeza no terreno a baixo custo, eliminando a vegetação natural para a implantação de pasto ou de culturas agrícolas. No entanto, as queimadas encontram neste período os meses de menor índice de chuva, onde a vegetação seca facilita a propagação do fogo.

Para o coordenador do Inpe, Alberto Setzer, o pior ainda está por vir neste ano. “Não chegamos nem nos 20% do que vem pela frente. Ainda estamos no começo do período de queimadas na Amazônia. Este número vai aumentar significativamente até o fim de agosto e durante o mês de setembro”, disse ao Portal Amazônia.

Já o físico e pesquisador sobre mudanças climáticas da USP, Paulo Artaxo, diz que não há como fazer uma previsão de aumento ou redução das queimadas na Amazônia para os próximos anos. “Isso depende da meteorologia local, de políticas públicas e do desenvolvimento de determinada região. E como nos dois últimos aspectos existe pouca certeza, é impossível fazer previsões de maneira confiável para os próximos dois ou três anos, por exemplo”, afirmou.

‘Força-tarefa’ para conter queimadas na Amazônia
No Mato Grosso, líder nacional em queimadas, o período proibitivo para queimadas iniciou em 15 de julho e vai até 15 de setembro, conforme informações do Governo. Nas áreas rurais, utilizar fogo para limpeza e manejo nas áreas é crime passível de seis meses a quatro anos de prisão, com multas que podem variar entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil (pastagem e agricultura) por hectare. Nas áreas urbanas, o uso do fogo para limpeza do quintal é crime o ano inteiro.

O Governo de Mato Grosso já garantiu R$ 1,7 milhão de investimentos nas ações referentes ao PPCDQ/MT (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas) deste ano. O Corpo de Bombeiros e a Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente) trabalha estrategicamente nos municípios mais críticos, como Nova Maringá, Colniza, Feliz Natal e Juara.

Outro ‘campeão’ em queimadas no País, o Pará aposta na alta tecnologia para combater queimadas. A Semas (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade) desenvolveu o SMI-Floresta (Sistema de Monitoramento de Incêndio Florestal), com o apoio da Vale, para acompanhar com mais eficiência cada um desses casos. São 19 satélites monitorando toda a extensão do Estado, com dados atualizados a cada quatro horas.

Já no Tocantins, o governo local decretou situação de risco de desastre ambiental resultante de queimadas e incêndios em 17 municípios. A ausência de chuvas entre junho e setembro e o risco crescente de queimadas no período de estiagem motivaram a publicação do decreto. Cerca de 800 brigadistas serão capacitados para atuação em municípios com situação crítica, como Porto Nacional, Formoso do Araguaia e Peixe.

Em Rondônia, a situação também é crítica. A capital, Porto Velho, está em estado de emergência ambiental desde o último dia 27 de julho. A medida foi necessária porque a situação das queimadas urbanas e florestais na capital de Rondônia está fora do controle. O número de denúncias sobre queimadas que chegam à Sema praticamente dobrou em relação a 2014. No ano passado, a Secretaria registrou 160 denúncias no primeiro semestre. Neste ano, até julho, foram computadas 304 denúncias.

A Sedam (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental) também desenvolve atividades para conter as queimadas nesta época de estiagem. O objetivo é promover e disseminar informações contra a realização de queimadas, um crime ambiental que causa prejuízos ao solo, às plantas, aos animais e à saúde humana.

Devido às características do tempo e do clima da região, é exatamente neste período a quantidade de queimadas em Rondônia aumenta. Para amenizar os impactos, a Coordenadoria de Educação Ambiental iniciou a campanha ‘Queimada, apague essa ideia!’, que apresenta atividades para construção de novas atitudes, a partir da vivência de cada indivíduo e seu despertar para o meio ambiente.

Equipes e parceiros ambientais realizam palestras em diversas escolas e associações de produtores rurais, com informações práticas e alertando que as queimadas, além de contribuir com o aquecimento global e as mudanças climáticas, produzem poluição para a atmosfera, causando prejuízos econômicos e sociais.

Fonte: Portal Amazônia

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