Homenagem aos bombeiros que trabalharam no Joelma e alerta para aumento das medidas de prevenção marcam 50 anos do incêndio

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A Câmara Municipal de São Paulo realizou, nesta quinta-feira, dia 1º de fevereiro, Sessão Solene para entrega do Prêmio Coronel Hélio Barbosa Caldas, em memória às vítimas e os sobreviventes do incêndio do Edifício Joelma. O incêndio, que aconteceu em 1 de fevereiro de 1974, é considerado uma das maiores tragédias urbanas da história do Brasil e deixou 181 mortos e mais de 300 feridos. O prédio fica ao lado da sede da Câmara e o número de vítimas poderia ter sido muito maior se o heliponto do Palácio Anchieta não tivesse sido usado como hospital de campanha.

O evento premiou 11 bombeiros que trabalharam combatendo o incêndio e hoje têm entre 70 e 90 anos de idade.

O Joelma não tinha saídas de emergência e o resgate foi dificultado pela falta de equipamentos adequados. As cenas de pessoas se jogando das janelas correram o mundo e chamaram a atenção para a falta de segurança das edificações da época.

 

Lições do Joelma

 

O incêndio do Joelma motivou a discussão na Câmara de um novo Código de Obras. Para refletir sobre as lições aprendidas e os avanços na prevenção de acidentes, o legislativo Paulistano também realizará o Seminário “50 anos do incêndio no Edifício Joelma – Memórias e Avanços Regulatórios”, que vai reunir especialistas e autoridades no dia 6 de fevereiro, às 14 horas.

50 anos após o evento, a lembrança da tragédia serve como um lembrete visceral da importância da prevenção de incêndios. Mais do que uma fatalidade, o incêndio do Joelma foi um resultado direto da negligência e da falta de medidas de segurança adequadas.

A tragédia do Joelma serviu como um momento de profunda reflexão e mudança na legislação brasileira de segurança contra incêndios. A partir do evento, medidas rigorosas foram tomadas para garantir a segurança de edifícios e seus ocupantes, como:

  • Criação da ABNT NBR 13.786: Esta norma estabelece os requisitos mínimos de segurança contra incêndio para edificações e áreas de risco.
  • Obrigatoriedade de extintores de incêndio: A lei exige que todos os edifícios possuam extintores de incêndio em quantidade adequada e em bom estado de funcionamento.
  • Manutenção preventiva: A realização de manutenções periódicas em sistemas elétricos, hidráulicos e de combate a incêndio é fundamental para garantir a segurança.
  • Treinamento de brigadistas: A formação de brigadistas capacitados para atuar em situações de emergência é crucial para a evacuação segura de pessoas.

 

Cultura da prevenção

 

Em depoimento à EBC, Rosaria Ono, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) e diretora do Museu Paulista da USP (o Museu do Ipiranga), reforça que apesar dessas tragédias terem mudado a regulamentação predial e também aperfeiçoado e modernizado os sistemas de segurança existentes, o Brasil, infelizmente, ainda não tem uma cultura de prevenção como se observa em países como o Japão, onde passageiros conseguiram deixar rapidamente e em segurança um avião em chamas.

“Os países mais desenvolvidos têm a cultura de fazer treinamento de evacuação de prédio tanto nas escolas quanto nas empresas. Isso é feito duas, três, quatro vezes por ano. As pessoas são um pouco já condicionadas [a reagirem a situações de emergência]”, explica Rosaria, que é também especialista em segurança contra incêndios em edifícios.

“Estamos há um tempo tentando implementar isso nas escolas brasileiras, só que depende de toda uma regulamentação. Temos que ter uma cultura de prevenção, as pessoas precisam ter um mínimo de treinamento [para enfrentar esse tipo de situação]”, acrescenta.

Ainda que medidas significativas tenham sido tomadas desde o incêndio do Joelma, a prevenção continua sendo a melhor forma de evitar novas tragédias. É fundamental que proprietários, administradores e ocupantes de edifícios assumam a responsabilidade pela segurança contra incêndios, adotando medidas como:

  • Realização de simulações de incêndio: As simulações permitem que as pessoas se familiarizem com os procedimentos de evacuação em caso de emergência.
  • Conscientização e educação: A educação sobre segurança contra incêndios deve ser constante, conscientizando todos sobre os riscos e medidas de prevenção.
  • Investimentos em tecnologia: A instalação de sistemas de detecção de fumaça, sprinklers e alarmes de incêndio contribui para a detecção precoce e combate rápido às chamas.

Foto: Reprodução

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