Importadora e comercializadora de equipamentos de combate a incêndios florestais, sediada em Brasília, viu suas vendas aumentarem neste segundo semestre de 2020
Com 16 anos no mercado nacional, a DF Equipamentos, empresa especializada na importação e comercialização de equipamentos de combate a incêndios florestais, projeta um crescimento elevado nos negócios este ano. De acordo com Jailson Damaceno de Araújo, proprietário da empresa, somente em outubro as vendas superaram 2018 e 2019 somados. “No final do mês faltou material para atender nossos clientes”.
O recorde de incêndios nos biomas de todo o Brasil durante este ano foi o principal motivo pelo aumento da demanda, segundo Araújo. “A urgência em atender as queimadas fez com que não houvesse pedidos antecipados. Os bombeiros simplesmente chegavam com caminhões e compravam o que tinha no estoque”, lembra.
Com os Corpos de Bombeiros estaduais, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) como principais clientes, Araújo reconhece que foi surpreendido pelo crescimento na procura. “Como havia importado muito durante 2019 fiz menos pedidos no início deste ano. E em outubro vendi muito mais do que nos últimos dois anos”.
Repondo o estoque
Diante da elevação das vendas, Araújo viu seu estoque cair a quase zero e já fez novos pedidos. “Já comecei a importar novamente, mas para esse primeiro lote, que já deve estar chegando, optei por fazer o transporte por via aérea, que é mais caro, mas recebo mais rápido”, explica.
O empresário comercializa mangueiras auto molháveis, bomba flutuante, rancher, mini striker, pinga fogo 5 litros, pinga fogo 1 litro, mangueira viatura ABTF, MARK-3, todos voltados ao combate a incêndios florestais. Com a pandemia, ele viu seus fornecedores pedirem prazo de três a quatro semanas para produzir os materiais. “Desta forma, se o transporte é feito por navio, levo 90 dias para receber o lote. De avião são 45 dias, pois há o período de um mês para produzir, o trajeto até o Brasil e o desembaraço na alfândega”.
A maior preocupação de Araújo é atender os demais clientes, como a Vale do Rio Doce, que já fizeram pedido de equipamentos e aguardam a entrega. “Tive que agilizar a chegada do material, mesmo pagando mais”, afirma.
Todos os biomas foram atingidos
Os dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram o motivo do crescimento deste mercado de equipamentos de combate a incêndios florestais. De acordo com levantamento do Instituto, todos os biomas brasileiros tiveram mais incêndios nos últimos dois anos. De norte a sul foram registradas queimadas de maiores intensidades. Pelo levantamento o país teve quase 20% mais queimadas.
A região do Pantanal foi a mais atingida este ano com um aumento de mais de 200% enquanto a Amazônia teve 17% mais queimadas. Já na área de Cerrado, os focos de incêndio superaram os 50% a mais que no ano passado. De acordo com o INPE, nem mesmo o Sudeste escapou do aumento de incêndios em áreas florestais, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro que superaram as ocorrências de 2019.