Crescimento populacional e mudança no uso de edificações exigem novos sistemas de proteção contra incêndio

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As principais transformações em curso no setor da construção em todo mundo são o crescimento da população e a forte tendência de urbanização que pressionam pela maior oferta de moradias populares, principalmente em países como o Brasil, o que pressiona pelo desenvolvimento de novas tecnologias e abordagens mais modernas e inteligentes. A análise foi feita pela belga Sara De Herdt durante o 5º Seminário Internacional de Proteção Passiva Contra Incêndios (SIPP 2021), promovido pela Associação Brasileira de Proteção Passiva – ABPP em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas  – IPT, que reuniu especialistas do mundo todo.

Para Sara, que ocupa o cargo de gerente de Desenvolvimento de Sistemas e Aplicativos – International Fire Teesting Services (IFTS), da Vetrotech Saint-Gobain em Bruxelas, a nova configuração do uso dos edifícios, com as pessoas passando cerca de 90% do tempo em escritórios ou apartamentos, além da construção de prédios cada vez mais altos, torna necessária a revisão da proteção completa contra incêndio.

“É preciso ter uma abordagem holística incluindo outros aspectos na construção de um edifício com atenção para a segurança, a geometria da compartimentação de incêndio, a definição de qual tipo de sistema de detecção de incêndio será usado, qual será a rota de evacuação, se há tempo para evacuar o edifício tão rápido quanto um bombeiro pode chegar ao local e como eles acessarão a edificação”, afirmou. “E toda essa segurança passiva precisa ter o envolvimento de todos os atores, de engenheiros e arquitetos a construtores”.

Para a especialista, a proteção passiva contra incêndio no projeto é apenas mais um dos componentes na análise de risco. “Ela também deve ser holística e deve ser adaptada ao risco real de incêndio, pois mesmo tendo em mente as restrições do código de construção e as restrições nos materiais a serem usados”. Sara reconhece, no entanto, que existe um grande desafio. “A maioria das partes interessadas tem sua própria agenda e existe um grande risco de conflito de interesses”, calcula. “Se você ficar de olho apenas no cumprimento das leis e usabilidade, é claro que o projeto ficará muito caro. E se ficar de olho nos cursos e no cumprimento das leis pode ter um impacto na usabilidade do edifício. É preciso ter um equilíbrio”.

Edifício The Valley de Amsterdã

Durante sua palestra, Sara destacou o projeto do edifício The Valley, no bairro Zuidas, em Amsterdã, na Holanda, como exemplo de sistemas de proteção passiva e ativa. O empreendimento tem três torres multifuncionais, com subsolo de três andares para estacionamento e um galpão para bicicletas. Do térreo até ao 7º andar encontram-se escritórios, espaço cultural, comércio e restaurante. A partir do 8º andar estão 196 apartamentos residenciais.

“Nos edifícios  a proteção foi otimizada com base nas necessidades de evacuação e acesso dos bombeiros, baseada na interpretação das normas holandesas”, explica a especialista. “O empreendimento não traz apenas sistemas de proteção passiva contra incêndio, mas inclui um sistema de alarme direto com uma brigada de incêndio e um sistema de supressão de chamas ativo que pode reduzir os requisitos de proteção passiva contra incêndio exigidos. Há um plano de evacuação claro, com diferentes cenários para diferentes ocorrências,  além de um acesso específico para bombeiros ao núcleo do elevador”.

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