Aumento do risco de incêndio em painéis de energia solar preocupa bombeiros

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Os constantes reajustes nas tarifas de energia têm favorecido o crescimento de alternativas mais econômicas, como é o caso da geração solar. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), o Brasil foi o 4º País que mais acrescentou capacidade solar fotovoltaica em 2021 no mundo, com novos 5,7 GW. Atualmente, já são mais de 600 mil sistemas instalados em todo o País.

O aumento de novos projetos de instalação de sistemas fotovoltaicos acende o sinal de alerta em corporações de bombeiros, que temem pelo aumento de ocorrências de incêndio – já que não há informações e treinamentos para esses profissionais sobre como os sistemas funcionam, uma vez que se trata de um tipo de instalação ainda considerada recente no Brasil.

A preocupação já foi, inclusive, manifestada em carta enviada pelo Comitê Nacional de Combate a Incêndio (Conaci), à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pedindo a instalação de um comitê que estude o caso e ajude na elaboração de normas técnicas que orientem os profissionais de combate ao fogo, em caso de emergência. O documento foi despachado no dia 12 de abril passado, diretamente ao presidente do Conselho Deliberativo da ABNT, Mario William Esper. Procurada para comentar sobre a carta, a ABNT não deu retorno até o fechamento desta edição.

 

Procedimentos padrões

 

O tenente coronel Erenildo dos Santos Costa, que assumiu a presidência do Conaci recentemente, diz que a carta foi enviada durante a gestão do seu colega, o tenente coronel Alysson Krüger Figueira, mas que ele também está a par da situação e que compartilha da preocupação com os incêndios em locais que contam com sistemas de geração solar.

“Toda vez em que chegamos em uma edificação, para fazer um combate a incêndio, avaliamos os riscos e buscamos fazer a desenergização no local. Porque nosso agente extintor universal é a água e sabemos o quanto é arriscado utilizá-la em edificações energizadas”, assinala o coronel. Ele explica ainda que os sistemas fotovoltaicos, por ser algo novo, traz uma particularidade, principalmente quando relacionado aos procedimentos operacionais padrão, durante as ocorrências de combate a incêndio, que pode colocar em risco a vida do bombeiro.

“Nós ainda desconhecemos o dispositivo do sistema fotovoltaico. A grande questão é como desenergizar esse sistema? É essa orientação que foi solicitada na carta enviada à ABNT, para que ela agilizasse os procedimentos padrões, porque precisamos desse conhecimento para nos balizarmos, algo que nos oriente para quando formos combater o incêndio, já saber o que é que tem que ser feito primeiro, tudo direcionado para a prevenção”, explica. “Se tem um incêndio, tem que haver um dispositivo que o bombeiro, ao chegar ao local da ocorrência, identifique rapidamente, de forma segura, e faça a desenergização do sistema. Tudo isso tem que constar na NBR, para que depois, os bombeiros publiquem suas ITs, com referências a essa norma”, esclarece.

Na carta enviada pelo Conaci à ABNT, o órgão faz referência a países que fizeram a promoção de uma evolução normativa e regulatória, com enfoque prioritário na segurança dos profissionais que realizam o seu combate, que já adotaram parâmetros normativos com este enfoque. “Alguns países já identificaram esses fatores e atualizaram seus critérios normativos, em decorrência dos vários acidentes e mortes que ocorreram em eventos dessa natureza”, destaca o texto.

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