APP destruída por incêndio é recuperada 14 anos depois
Após um incêndio provocado por ações humanas, em 2007, a mata ciliar do Rancho Pirajussara, em Descalvado, SP, às margens do rio Mogi Guaçu foi destruída, restando 53 árvores de 13 espécies. O trabalho de restauração ecológica foi conduzido por um pesquisador da Embrapa e uma consultora da área ambiental, ambos engenheiros florestais.
Eles atuaram para recuperar as funções ecológicas da região onde o rancho está localizado e utilizá-la economicamente para a produção de frutas para subsistência de pequenos produtores e, em conjunto, servir de subterfúgio para a fauna. Após 14 anos de ocorrência do incêndio, a APP está restaurada.
Objetivos ambientais
Os especialistas informam que a mata ciliar ou Área de Proteção Permanente (APP) é a última e mais eficiente barreira de proteção dos cursos d’ água por que retém o solo erodido, poluentes químicos (pesticidas) e biológicos (principalmente fungos e bactérias). O principal objetivo era a sua restauração e a melhor maneira de atingir este objetivo é fazendo a diversificação máxima possível.
“Desta forma foram cumpridos os objetivos ambientais além de proporcionar ao proprietário uma renda ou fonte de alimentação”, explica o pesquisador Laerte Scanavacca Jr., da Embrapa Meio Ambiente. “Plantamos 48 espécies de 28 famílias entre árvores e arbustos, todas perenes, das quais 23 são nativas, sendo 19 da Mata Atlântica, e 25 são exóticas, Cerca de nove mudas foram plantadas por espécie, totalizando 429 mudas”, diz o pesquisador.
Incêndios florestais
Conforme Maria de Fátima Adorno, consultora ambiental, a restauração ecológica deve considerar os aspectos ecológicos, econômicos e sociais. A regeneração da floresta, após uma perturbação natural ou causada pelo homem, como o caso de incêndios florestais, ocorre pelo recrutamento do banco de sementes e mudas ou pela contribuição das árvores remanescentes com a chuva de sementes.
O Rancho Pirajussara está localizado na fazenda chamada “Santa Luzia”, que cultiva exclusivamente cana-de-açúcar. A propriedade possui sete minas d’água, com drenagem permanente, independentemente do período de estiagem, o que a torna autossuficiente para a irrigação de mudas plantadas principalmente no outono e inverno.