Alerta: incêndios provocados por onda de calor na Europa podem ser consequências do aquecimento global

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Temperaturas recordes na Europa, aliadas à seca, alimentam incêndios florestais. As temperaturas estão subindo acima de 40°C em todo o continente. O calor que deve atingir a Europa Ocidental será o mais intenso na Península Ibérica, onde centenas já morreram como resultado do calor escaldante que, segundo especialistas, foi agravado pelas mudanças climáticas,que contribui para o tão alertado aumento do aquecimento global.

Os incêndios provocados pela onda de calor, que já destruíram 27 mil hectares de vegetação na França, em uma semana, ilustram a capa de diversos jornais franceses. O cenário confirma o alerta de cientistas de que o fogo é uma consequência direta do aquecimento global.

O jornal Libération traz uma reportagem sobre os mais de dois mil bombeiros que trabalham em condições extremas no sudoeste do país. A motivação desses homens “não diminui, apesar do cansaço e da desolação”, escreve o Libération.

“Víamos o fogo de longe, era duro, mas sabíamos que era preciso ajudar os companheiros”, diz um bombeiro, coberto de fuligem, entrevistado pelo jornal. “É a adrenalina que nos segura”, diz um colega. Mas também “uma solidariedade incrível da população, que chega com cartazes, comida, deixa mensagens nas redes sociais”, acrescenta.

 

Animais ameaçados

 

Já o jornal Le Figaro acompanhou a retirada às pressas dos animais do zoológico de Teste de Buch, de 22 hectares, ameaçados pelas fumaças tóxicas dos incêndios locais.

O zoológico tem cerca de 850 animais – 370 deles foram transferidos a um anexo a 60 quilômetros dali. Primeiro foram recolhidos os mais fáceis de se transportar, como macacos, felinos, aves e preguiças. Animais de grande porte, como girafas, rinocerontes, elefantes e outros tiveram de ficar, diante da impossibilidade de serem transportados de maneira emergencial.

Algumas chamas chegaram a cerca de 800 metros do zoo. “Os bombeiros lutaram contra o fogo para salvar girafas e elefantes de uma morte certa”, relata le Parisien.

Libération acompanhou também a estratégia dos bombeiros em criar uma zona tampão sem vegetação para tentar conter o incêndio de Teste de Buch, na Gironde. Trata-se de um cinturão de cinco quilômetros e com 300 metros de largura. Esse sacrifício de 1.500 hectares de pinhos pode impedir a propagação do fogo ao departamento vizinho ou pelo menos desacelerar o fogo.

 

Cenário de destruição

 

O jornal Le Parisien foi até a duna do Pilat, junto à costa Atlântica. De um lado, o mar. Do outro, o que até então era uma floresta exuberante, vê-se fogo, fumaça e desolação. Ali perto, mais de 200 caminhões e 500 bombeiros estão mobilizados. O terreno acidentado e arenoso dificulta o trabalho das equipes.

Especialistas temem que as consequências do incêndio possam fragilizar todo o litoral. Tentar recuperar a vegetação e prevenir são as medidas a serem tomadas, apontam. Mas tudo depende também de vontade política.

 

França, Portugal e Espanha continuam a combater incêndios florestais

 

Vários países da Europa continuaram a combater incêndios florestais devastadores no domingo, dia 17 de julho, resultado de uma onda de calor que deve durar além do fim de semana e que pode quebrar vários recordes de temperatura no início da próxima semana, segundo os meteorologistas.

No sudoeste de França, a mobilização dos bombeiros continua principalmente em Gironde, onde cerca de 10.500 hectares de floresta já foram destruídos desde terça-feira, num contexto de onda de calor generalizada, onde as temperaturas podem chegar aos 40 graus localmente, de acordo com a Météo-France, que colocou 37 departamentos em vigilância laranja de “onda de calor” neste domingo.

“O calor está crescendo, a onda de calor está se espalhando pelo país”, alerta o estabelecimento meteorológico estatal.

No total, mais de 14.000 moradores e turistas tiveram de deixar residências e acampamentos desde terça-feira. Sete centros de alojamento de emergência e uma célula de emergência médico-psicológica foram abertos para apoiar as vítimas.

 

Trégua na Península Ibérica

 

Os incêndios florestais parecem ter dado uma trégua em Portugal na manhã de domingo. Um único grande foco, junto ao conselho de Chaves no extremo norte do país, foi considerado ativo e “praticamente controlado” em mais de 90% do seu perímetro segundo a proteção civil portuguesa.

No entanto, quase todo o território português apresentou risco “máximo”, “muito alto” ou “alto” aos incêndios no domingo, em particular as regiões do interior centro e norte.

Para domingo, nenhum alerta de calor vermelho foi emitido pelo Instituto Meteorológico Português. Esta é a primeira vez desde 8 de julho que as temperaturas em Portugal não devem ultrapassar a marca dos 40°.

De acordo com o último relatório conhecido da proteção civil portuguesa, os incêndios da semana passada deixaram dois mortos e cerca de sessenta feridos. De acordo com suas estimativas, esses incêndios devastaram entre 12.000 e 15.000 hectares de floresta e arbustos desde o início da onda de calor.

Na Espanha, cerca de 20 incêndios florestais ainda estão ocorrendo e permanecem fora de controle em diferentes partes do país, do sul ao extremo noroeste da Galícia, onde os incêndios até agora destruíram cerca de 4.400 hectares de terra esta semana, disseram autoridades.

Apenas 300 das 3.000 pessoas retiradas preventivamente perto de Málaga, no extremo sul, foram autorizadas a retornar às suas casas no domingo.

A Agência Meteorológica Espanhola prevê temperaturas “significativamente altas” na maior parte da Espanha continental e nas Ilhas Baleares no Mediterrâneo no domingo, com a temperatura  prevista para atingir até 42 graus na cidade de Logroño, no norte, e 40 graus em Madri e Sevilha.

Na Grécia, os bombeiros continuaram a combater um surto que eclodiu na manhã do dia 15 de julho, provocando a evacuação preventiva de sete aldeias numa zona rural da prefeitura de Rethymno, na ilha de Creta.

 

Fonte: com informações da AFP

 

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