No dia 9 de setembro um incêndio destruiu aproximadamente 15 mil sacas de soja que estavam armazenadas em um silo na cidade de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Já em abril deste ano 38 toneladas de arroz foram perdidas em Alta Floresta, também no Mato Grosso, devido a um incêndio em um armazém.
Os silos e os armazéns são construções indispensáveis ao armazenamento da produção agrícola e influem decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua dimensão e complexidade, podem ser fonte de graves incêndios, segundo o engenheiro de Segurança do Trabalho, Leandro da Silva Pinheiro, sócio da SHW System, empresa que desenvolve projetos de sistemas para proteção, detecção e alarme de incêndio.
Devido aos silos serem locais fechados e que recebem grãos como o milho, arroz, soja, trigo, entre outros, são conhecidos como espaços confinados, que têm formação de poeira em suspensão que pode gerar uma atmosfera sujeita a incêndio. De acordo com Pinheiro, o fato desses locais trabalharem normalmente com equipamentos automatizados não reduz o perigo de chamas. “Devido a natureza da operação de armazenamento, esses espaços têm elevadores com canecas e correias de material combustível, o que gera uma ambiente de risco”, explica.
Por isso, afirma o engenheiro, os administradores de silos e terminais de cargas precisam ficar atentos à manutenção correta desses equipamentos. “Uma correia desalinhada, ou o excesso de velocidade no seu funcionamento, pode provocar atrito que gera calor e, consequentemente, chamas que podem se tornar um incêndio”, lembra.
O atendimento às normas existentes que tratam de locais confinados, segundo Pinheiro, é fundamental. “É preciso ter um projeto de prevenção, detecção e combate a incêndio com equipamentos automáticos”, explica. “A implantação desse projeto também precisa seguir todas as orientações. E depois não pode deixar de serem feitas as inspeções periódicas e os testes de funcionamento desses equipamentos”, conclui.