Silos de terminais graneleiros apresentam grande risco de explosão e incêndio

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Os sistemas de Segurança Contra Incêndios – SCI nas empresas sempre foram encarados pelos gestores empresariais como uma despesa e não como um investimento. E os resultados nem sempre são bons. E um segmento sofre especialmente com explosões e incêndios: os silos e armazéns agrícolas ou em terminais marítimos.

É bom lembrar que os silos e os armazéns são construções indispensáveis ao armazenamento da produção agrícola e influem decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua dimensão e complexidade, podem ser fonte de vários e graves acidentes. Leandro Pinheiro, engenheiro civil e de segurança no trabalho, já acompanhou por mais de uma vez situações que fugiram do controle devido ao adiamento de decisões para a implantação de projetos de prevenção e combate a incêndios nas edificações.

Sócio da SHW Systems, empresa que se especializou em projetos de segurança contra incêndio em silos, armazéns e terminais graneleiros, Pinheiro lembra que foi chamado por uma usina de açúcar para projetar um SCI nos armazéns. “Além de antigo, o local tinha sérios problemas de manutenção, colocando em risco os trabalhadores e toda a instalação”, recorda. “Iniciamos nosso trabalho, mas as decisões eram muito lentas e, seis meses depois de termos sido contados e o projeto já estar pronto, um dos silos explodiu e pegou fogo e eles perderam tudo”.

Por serem locais fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, os silos são conhecidos como espaços confinados e estão sujeitos à Norma Regulamentadora nº 33 (NR33) que trata de Espaços Confinados, à NBR 14.787 da ABNT e de alguns itens da NR 18 que normatiza a Construção Civil.

Mas, seguir as normas não é suficiente, segundo Pinheiro. “Esses locais possuem, armazenados, produtos combustíveis como grãos, farinhas e açúcar. Mas não são esses produtos que causam o incêndio, mas os equipamentos como as correias transportadoras e os elevadores de caneca sem manutenção adequada”.

O engenheiro lembra que correias desalinhadas, com falta de lubrificação ou com algum atrito mecânico geram calor e, em contato com os produtos inflamáveis, provocam explosões e incêndios. “É preciso que haja inspeções contínuas e testes de segurança programados periodicamente, pois o desgaste ou desalinhamento das esteiras e elevadores amplia os riscos de acidentes”.

Atmosfera explosiva

Pinheiro lembra que não são apenas os produtos como milho, soja ou açúcar que pegam fogo. “O maior risco são as partículas no ar, a poeira provocada pelo transporte e armazenamento e que se acumula no piso e nos equipamentos”.

A poeira de grão é formada por uma mistura de matérias orgânicas e inorgânicas. Apesar de qualquer poeira de grãos ser considerada perigosa, a do milho é uma das mais perigosas, pelo fato de ser considerado um dos grãos mais voláteis que existem.

O acúmulo de poeiras nos elevadores, pisos, paredes e equipamentos apresentam grandes riscos de incêndios, o que acontece só quando os grãos são aquecidos ao ponto de liberar gases combustíveis. “Se houver a presença de alguma fonte de ignição no local fatalmente teremos chamas e possivelmente explosão”, explica o engenheiro.

Três passos para a segurança

Pinheiro afirma que seguindo três passos a empresa estará segura. “Podemos dizer que existem três itens que precisam ser olhados com carinho. Primeiro o dimensionamento, ou seja, o projeto em si. Segundo é a instalação obedecendo às diretrizes do projeto. E, por último, mas não menos importante, ter manutenção em dia. Isso garante que a empresa terá um sistema de incêndio que estará pronto quando for acionado”.

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