A complexidade da construção de edifícios mudou muito nas últimas décadas, assim como cresceu a disponibilidade de novos materiais tanto para as obras, acabamentos e fachadas. Essas mudanças foram rápidas mas as leis e regras, normas e regulamentos que definem os requisitos mínimos para o setor levam muitos anos para mudar, de acordo com Abhishek Chhabra, gerente de Desenvolvimento de Marketing da Thomas Bell-Wright International Consultants – TBWIC, empresa de engenharia com sede em Dubai, que oferece serviços independentes de Teste, Inspeção e Certificação (TIC).
Chhabra falou sobre “Incêndios em sistemas de fachadas: Como o Brasil pode se prevenir destes riscos através de ensaios e certificação” durante o primeiro dia do SIPP 2021 – Seminário Internacional de Proteção Passiva Contra Incêndio, promovido pela ABPP – Associação Brasileira de Proteção Passiva em parceria com o IPT – Instituto de Pesquisa Tecnológica, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo.
Para ele, essa defasagem entre a evolução das edificações e as regras para suas realizações é um desafio mundial. “Por isso, o trabalho desenvolvido por nós em Dubai é uma contribuição para evolução dos sistemas de prevenção passiva contra incêndio em edificações”. Recentemente a defesa civil dos Emirados Árabes, em parceria com a TBWIC, lançou um novo programa de avaliação de conformidade para garantir que os revestimentos não pegassem fogo, de acordo com Chhabra.
O especialista lembra, no entanto, que algumas regras importantes publicadas pela Organização Internacional de Normalização (ISO) ajudam a definir a qualidade e a segurança em todos os setores, enquanto as leis se atualizam. “Essas instruções fornecem a linguagem imparcial muito necessária para ajudar a adquirir e fornecer produtos e serviços em um mundo em rápida transformação e precisamos usá-las para garantir a segurança contra incêndios também”.
Certificação
Mas como ter a certeza da qualidade de um produto ou equipamento? Um Relatório de Ensaio de Incêndio é apenas uma indicação de que um fabricante e o instalador têm a capacidade de produzir e instalar um conjunto de porta ou compartimentação que pode conter um incêndio por determinado número de horas, lembra Chhabra. Para garantir o fornecimento é preciso contar com um organismo de certificação e listagem. “O organismo de certificação deve ser credenciado por um órgão independente que esteja de acordo com a ISO 17065”.
Da mesma forma, segundo Chhabra, os relatórios de ensaio usados para certificação ou verificação devem vir de um laboratório de teste “credenciado por um organismo independente que esteja de acordo com a ISO 17025”. “Os inspetores que validam as instalações no local devem ter qualificação e experiência que foi ratificada usando a ISO 17020”.