Para combater os incêndios na Chapada dos Veadeiros, o governo fez uso de um produto químico chamado retardante. No entanto, um parecer do Ibama, instituto vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, alertou para os efeitos que a substância pode causar no meio ambiente.
Alvo de discussão há pelo menos dois anos, o alerta do Ibama fala sobre os riscos destes químicos para o solo, a água, a fauna e as comunidades próximas. Em julho deste ano, o Prevfogo, Centro do Ibama de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, reforçou as orientações sobre quando e como utilizar este produto. Técnicos afirmaram que é preciso documentar a ocorrência de reações adversas sobre a fauna sempre que for identificada a morte de animais em áreas próximas ao local de aplicação, instituir a suspensão do consumo de água, pesca, caça e consumo de frutas e vegetais na região exposta ao produto pelo prazo de 40 dias e monitorar esses locais por, no mínimo, seis meses.
Um dos alertas envolve a presença de sulfato de amônio, fertilizante presente na composição do retardante. De acordo com o Instituto, o sulfato de amônio danifica e mata folhas se ficarem expostas por muito tempo. Desta forma, não é possível definir qual o limite seguro para que o produto não cause mais dano do que o fogo em uma floresta.
Misturado à água que as aeronaves jogam sobre as chamas, o fabricante diz que o produto não é tóxico, mas sim biodegradável e capaz de reduzir de três dias para cinco horas o tempo preciso para a extinção de um incêndio que se alastrou por uma área de nove quilômetros quadrados.