Cozinhas industriais merecem cuidados redobrados para evitar risco de incêndios
O Corpo de Bombeiros foi acionado na noite de 7 de abril para atender a um princípio de incêndio em um restaurante no bairro São Francisco, em Catalão, GO. De acordo com as informações divulgadas, uma fritadeira elétrica com óleo pegou fogo. Apesar do susto, ninguém ficou ferido durante o incidente e funcionários do estabelecimento, que não teve sua estrutura prejudicada, receberam orientações da equipe de bombeiros sobre as medidas de segurança necessárias.
Esse caso foi exitoso, porém quando se pensa em cozinhas industriais ou as já famosas DarkKitchens o cuidado com instalações elétricas, uso de botijões de gás ou sistemas encanados, materiais utilizados e outros elementos que podem causar acidentes com o fogo precisam ser levados em conta.
PL para cozinhas industriais
Também há uma descentralização no que se refere à fiscalização desses locais, em especial com o crescimento das Dark Kitchens. Em São Paulo, a Câmara Municipal elaborou, em 2022, o texto substitutivo protocolado pelo governo ao PL (Projeto de Lei) 362/2022. O projeto regulamenta os estabelecimentos formados por esse tipo de fim, e tais locais terão 90 dias a partir da data em que a lei entrar em vigor para se adaptarem às novas regras, que incluem critérios ambientais, de incomodidade e de instalação. Contudo, a realidade é bem diferente: em reportagem do G1, a prefeitura de São Paulo não tem um plano para fiscalizá-las mais de 120 dias depois da lei que regulamentou o funcionamento das cozinhas industriais ter sido aprovada.
Outras entidades, como a Abrasel – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, também reivindicam melhorias e fiscalização, já que o PL obriga aplicativos de entregas a exigir de bares e restaurantes comprovação de cadastro na vigilância sanitária estadual (CVS) e Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), além de proibir a entrega de refeições sem o comprovante fiscal.
Cuidados e prevenção
Os riscos de incêndios e outros acidentes graves envolvendo fontes de calor, danos em fiação elétrica e outros problemas precisam ser constantemente verificados, afinal elementos combustíveis como gordura, óleos e gás se encontram em um mesmo ambiente. Outro agente potencializador são os equipamentos de cocção. Se houver muita sujeira acumulada nessas fontes de calor, e se não houver limpeza adequada em filtros e coifas, o risco de propensão a incêndio é maior.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, esses equipamentos são classificados em três tipos, sendo os moderados (fogões, fritadeiras, churrasqueira elétrica, fornos combinados); severos (charbroiler, chapa de grelhados, bifeteira e frigideira) e os de combustível sólido (forno a lenha e churrasqueira a carvão). Identificar a quantidade desses equipamentos, se estão com a manutenção em dia, o que inclui as ligações de gás e ter cautela no uso de produtos inflamáveis nesses itens são os primeiros passos para prevenção.
Instalações
A vistoria do Corpo de Bombeiros é importante para detectar possíveis falhas que possam causar acidentes, mas também é imprescindível que todos os envolvidos desse ambiente também estejam cientes dos cuidados. Instalar equipamentos e sistemas de sprinkles, alarmes e detecção de fogo; extintores; rotas de fuga e saídas de emergência são obrigatórios. Ter um projeto estruturado, como o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) é também importante.O documento constata que as instalações da empresa estão em conformidade para o combate a incêndio bem como informações para os procedimentos corretos em caso de ameaça de fogo.
Capacitação de pessoas
É fundamental que cozinheiros profissionais e os demais funcionários do local saibam como atuar em situações de risco. Por isso, os proprietários e todos os envolvidos precisam se preparar para agir nesses casos. Contatar uma empresa que possua vistoria do Corpo de Bombeiros para o treinamento de brigadistas é um passo importante, já que é realizado com todas as orientações de órgão competentes.
Por fim, os colaboradores precisam ter cautela na jornada laboral, tomando cuidado no manuseio de inflamáveis, uso dos equipamentos que compõem a cozinha industrial, o que inclui verificar se os cabos de panelas e frigideiras não estejam para fora do fogão, por exemplo. Na outra ponta, os empregadores devem fornecer os Equipamentos de Proteção Individual necessários para a execução do trabalho, o que inclui até o material confeccionado em aventais (se estes têm componentes inflamáveis, por exemplo) e uso de calçados adequados, para evitar casos de quedas ou mesmo queimaduras.
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