Edifícios ocupados em São Paulo correm risco de desabamento  

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Após casos de desabamento em prédios na cidade de São Paulo, a questão da falta de segurança ainda ronda. E casos de tristes tragédias não faltam no mundo. No Brasil, um dos mais recentes foi em julho de 2022, quando um incêndio atingiu quatro prédios na região que engloba o centro comercial da Rua 25 de Março, e adjacências. Outro problema ocorrido também no centro de São Paulo data de 2018, quando o Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, foi consumido pelas chamas causando a morte de sete pessoas. Em fevereiro deste ano, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a remoção do entulho começou e caminhões trabalham em torno do terreno onde ficava o edifício. Isso após cinco anos.

Com o crescente número de casos, a Secretaria de Habitação do município criou um grupo de ação permanente com um plano de trabalho de longo prazo para mitigar os riscos e garantir mais proteção aos moradores. Ainda segundo matéria da Folha, a prefeitura monitora 49 edifícios ocupados no centro. Eram 51 identificados na época da tragédia, mas dois foram desocupados: um na Rua do Carmo, Sé; e outro na Rua Alexandrino da Silveira Bueno, no Cambuci.

 

Risco iminente

 

As ocupações mapeadas que oferecem mais risco se localizam nas ruas Harry Dannemberg, 698; da Independência, 384, e Barão de Jaguará, ambas no Cambuci; e nas avenidas Vila Ema, 453, Vila Prudente; São João, nos números 104 e 112/114, centro; Celso Garcia, 804, Brás, e Alameda Nothman, 915, nos Campos Elíseos. “Essas oito ocupações precisariam de uma desocupação imediata porque estão com as estruturas condenadas. Comunicamos as famílias, o Ministério Público e sugerimos aos moradores que deixassem os prédios porque há um risco iminente”, disse o secretário de habitação, João Farias, à reportagem, completando que as negociações não tiveram êxito, já que as pessoas demonstram resistência em deixar os imóveis, além de não haver “amparo legal para tirá-las das moradias”.

Na edição 505 de INCÊNDIO, Carlos Cotta, engenheiro Civil e de Segurança e coordenador da Divisão Técnica de Incêndio do Instituto de Engenharia, comenta que não basta seguir protocolos e legislações vigentes ou mesmo só focar nas vistorias do próprio empreendimento. A desinformação e um gap de dados mais qualitativos sobre o assunto ainda perdura. Para evitar possíveis acidentes a fórmula “pesquisa, perícia e estatística qualitativa” são preponderantes: “É preciso ter essa mudança de comportamento. Se você não tem dados qualitativos você não desenvolve uma consciência. Percebo isso com os engenheiros, que precisam entender que a questão do incêndio é essencial. Ouço muito que ‘isso é assunto de bombeiro’, o que é uma mentira. Prevenção de incêndio não é assunto só de bombeiro, é assunto de engenharia, assunto de apuração e mitigação de riscos”, observa.

Foto: Reprodução

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