Transformadores de energia: cuidados prévios são imprescindíveis para evitar transtornos com fogo
Não raro repararmos com notícias sobre explosões e incêndios em transformadores de energia, seja os instalados em postes de rua, seja os presentes em condomínios e empresas. Os motivos para tais transtornos são muitos, dentre eles a falta de manutenção e os roubos.
Segundo nota da Neoenergia, em 2022, houve um aumento de 57% no número de furtos no Distrito Federal, com 325 ocorrências e mais de R$ 1 milhão de prejuízo em materiais. Os números poderiam ser ainda maiores, se não fossem os transformadores ecológicos, feitos de alumínio, ao invés do cobre: “Os furtos de transformadores e de cabos afetam diretamente a qualidade de energia oferecida à população do Distrito Federal”, diz Arthur Franklin, gerente de Processos de Rede da concessionária.
Prevenção para transformadores
Um transformador comum, em geral, é construído com núcleos de aço silício Grão Orientado de alta permeabilidade magnética, e sobre o núcleo é montado o enrolamento de cobre eletrolítico por onde circulam as correntes de carga, com tensões que variam entre 380 e 220 Volts (ou 220 e 127 Volts), e o núcleo de aço silício é aterrado. “Após a instalação do enrolamento de Baixa Tensão, é colocado o enrolamento de Alta Tensão, em contato direto com a rede de alta tensão da concessionária. Esta alimenta o transformador e requer atenção à isolação, já que implica um maior risco de falhas”, informa o blog da Desterro Eletricidade.
A Instrução Técnica 37, elaborada pelo Corpo de Bombeiros de cada estado, tem em seu escopo fixar as características mínimas exigíveis para segurança contra incêndio e pânico em subestações elétricas, atendendo o previsto em códigos estaduais de segurança. Já a norma ABNT-NBR 13231:2015 identifica e adequa práticas e tecnologias de segurança contra incêndio em subestações elétricas consolidada junto à normas de âmbito internacional, estabelecendo requisitos mínimos para proteção subestações elétricas de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia externa e interna, convencional ou compacta. Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) define no Plano Mínimo de Manutenção atividades preditiva e preventiva.
Em todas, uma palavra é encontrada: a prevenção. No caso de quadros elétricos, por exemplo, a manutenção preventiva precisa ser feita periodicamente e com a contratação de equipe especializada para tal. “Em quase 100% dos edifícios que visito nunca fizeram manutenção preventiva nos quadros. Só fazem reparo quanto acontece algum defeito e são obrigados a chamar alguém, que normalmente é um eletricista, para consertar. E não estou falando somente de prédios novos, com até dez anos de uso. Isso acontece inclusive em prédios antigos, com 40 anos, que podem sofrer sobrecarga com a instalação de equipamentos eletrônicos e eletrodomésticos de última geração”, esclarece Andres Martinez, engenheiro eletricista, ao Condomínio SC.
Cuidados redobrados
A sobrecarga de energia com o uso de benjamins e até a ausência de isolamento correto de fios dentro das residências podem causar acidentes graves, alerta o especialista.
Já na área externa, a manutenção da vegetação presente no entorno de postes, fiação e transformadores é imprescindível. “Uma única árvore é capaz de interromper a distribuição de energia para milhares de casas e empresas. Uma trepadeira, por exemplo, pode se enroscar nos fios e afetar até o transformador. Os cuidados são redobrados em áreas próximas a subestações, porque alimentam grandes regiões da cidade”, aponta Thiago Côrrea, coordenador do Departamento de Manutenção da Amazonas Energia, ao portal Marcos Santos.
O especialista explica que o intuito das podas não é eliminar completamente os galhos, mas realizar o corte para que fiquem distantes um metro da rede, apenas em casos extremos há a retirada da árvore. É acionado, então, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente locais para a realização do trabalho. “Quando há deslizamento de terra, a Amazonas Energia atua em conjunto com a Defesa Civil. Enquanto a concessionária cuida da desativação da rede, o setor público fica responsável pelos cuidados com os moradores”, finaliza Côrrea.
Foto: reprodução – site Rápido no Ar