Sinalização é aliada na prevenção em situações de emergência
Casas noturnas, shoppings, escolas, hospitais, prédios residenciais e comerciais. O que eles têm em comum? A grande circulação de pessoas e a necessidade de mecanismos de segurança eficientes para evitar tragédias maiores em casos de fogo e outras ocorrências.
Um caso emblemático de como a ausência ou a inadequação do uso de sinalização foi o da Boate Kiss, em 2013. Segundo laudos do Instituto-Geral de Perícias, à época, e depoimentos dos sobreviventes à polícia, quando se apagou a iluminação, não havia luzes de emergência nem placas de sinalização de saída presentes ou mesmo suficientes no local. “Os peritos do IGP não conseguiram determinar se as luzes emergência estavam funcionando porque foram destruídas pelo fogo. Mas encontraram vestígios de duas placas de sinalização apenas em dois dos cinco principais ambientes. Não havia iluminação junto ao piso, que pudesse ser vista mesmo com a fumaça. Na escuridão, muitas vítimas teriam confundido a saída com os banheiros, onde corpos foram encontrados”, informa reportagem do G1.
Orientação
A sinalização de emergência tem como finalidade reduzir acidentes maiores em situações de incêndio, como a localização dos extintores, rotas de saída para abandono seguro, tornando-se um orientador para o pessoal habilitado a apagar um princípio de fogo.
No Brasil, existem normas técnicas locais, que variam conforme municípios e estados. O Corpo de Bombeiros de cada região conta com Instrução Técnica, que especifica as sinalizações mais utilizadas e como deve ser sua instalação. A maioria das corporações a identifica como IT 20.
Uma norma também difundida é a ABNT NBR 16820, que justamente fala do regramento para instalação de sinalização de emergência. Com a entrada em vigor dessa norma, ficam canceladas e substituídas as NBR 13434 -1/2004; 13434 – 2/2004 e 13434 – 3/2005.
Segundo a norma, as sinalizações estão divididas em quatro categorias, sendo proibição, alerta, orientação ou salvamento e localização de equipamentos, como extintores. Cada placa precisa seguir um padrão estabelecido, com cor e forma geométrica e símbolos gráficos específicos, executado com cor de contraste. As rotas de saída de emergência precisam estar bem sinalizadas, o que inclui sinais e marcações fotoluminescentes, que permitam a sua visualização em qualquer circunstância.
No caso da sinalização de nível superior, esse emplacamento precisa obedecer um padrão de visualização, que em geral, é constituído por marcações instaladas ao nível do teto ou a uma altura não inferior a 1,80 m do pavimento acabado.
Vale lembrar que a norma ABNT NBR 16820 é voluntária e não substitui as legislações vigentes obrigatórias adotadas em cada estado e cidade.
Sinalização e capacitação
De nada adianta executar um projeto de segurança dentro de um estabelecimento se inexiste profissionais habilitados e capacitados, seja para implantar tal projeto, atendendo aos requisitos normativos e aos parâmetros estabelecidos na instalação dessas sinalizações, seja para atender as pessoas, como a atuação de bombeiros civis em orientar o público antes de um evento sobre saídas de emergência e abertura de portas corta-fogo, por exemplo.
“A finalidade da sinalização em um prédio, além de auxiliar as pessoas em caso de uma emergência, previne de que determinado espaço pode causar um acidente, como uma caixa de energia. Isso auxilia até mesmo a atuação do corpo de bombeiros e dos brigadistas”, explica o tenente Gênesis Dantas, de Alagoas, em entrevista ao Balanço Geral, acrescentando que essas placas precisam ser instaladas de forma adequada. “Não devemos deixar de fora a sinalização de pavimento, que precisa ser também bem visualizada, para que a retirada das pessoas e a entrada dos bombeiros sejam de maneira rápida, segura e eficiente”, alerta.
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