Polos industriais: atuação integrada facilita resposta mais eficiente no combate a incêndio

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Os polos industriais apresentam alto risco de in­cêndio devido ao armazenamento de ma­te­riais propensos à queima e explosões. Por isso, in­ves­ti­mentos em planos individuais e integrados contra in­cêndios são es­sen­ciais. Conforme as diretrizes normativas, todas as empresas no território nacional, incluindo as indústrias sediadas em polo industriais, devem ter o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), bem como devem estar em conformidade com a legislação vigente e com as obrigações que o seguro de cada empresa determina.

Nos complexos industriais, além do cumprimento às normas alusivas à segurança e saúde do trabalho, as empresas precisam contar com uma brigada de incêndio organizada, conforme a Instrução Técnica (IT) 17 do Corpo de Bombeiros e de acordo com a NR 23, de 6 de maio de 2021, que dispõem que as empresas devem adotar medidas de prevenção a incêndio, conforme a legislação estadual. Esse bojo legislativo contém o que deve ser orientado para todos os colaboradores, como devem ser utilizados os equipamentos de combate a incêndio, quais são os procedimentos de evacuação, como devem ser os alarmes existentes nos locais, as rotas de fugas, entre outras providências.

Além disso, é necessária a disponibilidade de equipamentos básicos de combate a incêndio em áreas industriais, como extintores, hidrantes, detectores de fumaça, compartimentação de áreas de risco, splinkers, dentre outros. Também é recomendado ter equipes de brigada de incêndio devidamente treinadas e que passam por simulados periódicos. Os responsáveis pela coordenação dos planos contra incêndio e acidentes nos polos industriais indicam ainda que seja desejável ter um Plano de Auxílio Mútuo (PAM) entre as empresas, para que em evento de incêndio possam contar com um contingente maior de brigadistas e equipamentos de combate.

 

Segurança coletiva

 

A gestão em prol da prevenção e combate a incêndios no Polo Petroquímico do Grande ABC começa com o cumprimento às obrigações legais, alinhado à implantação da Segurança de Processos (Sepro) nas empresas petroquímicas, considerada uma metodologia eficiente de gestão de riscos. Valdemar Aparecido Conti, coordenador do Plano de Auxílio Mútuo Capuava (PAM Capuava), que atende as empresas do polo, informa que a Sepro consiste no mapeamento de todos os perigos envolvidos nos processos produtivos e seus respectivos riscos. Depois de pronto, avalia-se o grau de probabilidade de ocorrência desses riscos e, então, é estabelecido um plano de contingência para cada um deles, visando minimizar os impactos, em caso de acidente.

Dessa forma, o coordenador explica que as empresas do Polo Petroquímico do Grande ABC conseguem determinar quais devem ser e de que forma os sistemas de gestão em prevenção de incêndio deverão ser adotados e implementados em alinhamento ao que a legislação também exige. “Esses sistemas possuem um papel primordial para as indústrias dentro do polo, pois devido ao nosso mapa geográfico, a comunidade está praticamente nas divisas das empresas e isso exige uma grande responsabilidade. Portanto, é primordial que seja criado e estabelecido um sistema de comunicação rápido e eficaz”.

No Polo Petroquímico do Grande ABC, eles dividem as ações em prol da prevenção e combate a incêndios em quatro pontos. O primeiro, conforme Conti, é o incentivo às empresas presentes no polo a se associarem como integrantes do PAM Capuava e ao Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC (Cofip ABC), com o intuito de analisar o sistema de segurança e a prevenção e controle de emergência dessas empresas. O segundo é a participação ativa nas revisões das normas de emergência da ABNT e do Corpo de Bombeiros, buscando auxiliar e demonstrar as boas práticas difundidas no complexo. O terceiro é a participação das empresas associadas nos grupos técnicos criados pelo Cofip ABC como o de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA), o de logística, resíduos, entre outros, como forma de discussão e difusão das melhores práticas. E o quarto, esclarece Conti, é atuar junto à comunidade para mostrar as ações e os sistemas de segurança das empresas e como devem atuar em caso de uma emergência, demonstrando, principalmente, o papel e a atuação do PAM e dos Núcleos Comunitário de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs).

No Polo Industrial de Camaçari, Albert Sobral, coordenador da Comissão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (Cosima), destaca que programas e ações voltados para uma atuação responsável, baseada principalmente na prevenção, são implementadas regularmente no complexo industrial, compreendendo a melhoria contínua de processos produtivos, aprimoramento de normas e procedimentos de SSMA, aquisição e atualização de equipamentos de proteção e controle de emergências, além de treinamentos constantes, entre os quais exercícios simulados.

Segundo Sobral, as ocorrências adversas no Polo de Camaçari, por exemplo, que impliquem em riscos para pessoas, instalações das empresas e comunidades vizinhas são tratadas em conformidade com as normas de segurança internas de cada empresa, legislação local, e regras coletivas definidas pelo Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic). Sobral completa que podem ser utilizados os recursos de auxílio mútuo previstos para tais situações, entre os quais o PAM e o Plano de Atendimento Médico de Emergência (Pame).

 

Situações de emergência

 

O Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) promove regularmente exercícios simulados gerais, envolvendo as empresas e seus trabalhadores, para que possam agir, de forma articulada e com segurança, em uma eventual situação de emergência. “Os simulados são realizados também nas comunidades vizinhas ao polo, sob a coordenação da Defesa Civil de Camaçari e Dias d´Ávila, em conformidade com o Plano de Emergência para a Comunidade (PEC). Para capacitação de brigadistas, Camaçari dispõe de um Centro de Treinamento para Controle de Emergência (CTCE), certificado internacionalmente”, revela Sobral.

Aurinézio Calheira, superintendente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente do Polo Industrial de Camaçari, salienta que as ações preventivas e de controle de emergência no polo são orientadas por normas internas de cada empresa e coletivas, estas últimas definidas pelo Cofic, com o apoio dos seus comitês técnicos, e difundidas entre as empresas associadas. “Destaca-se também a intensa troca de experiências entre os profissionais das empresas associadas em reuniões, eventos e outras atividades promovidas pelas Comissões de SSMA, compostas pelo Cosima e a Comissão de Saúde do Trabalho (CST), e coordenadas pelo Cofic”, conta.

No Polo Petroquímico do Grande ABC, Valdemar Aparecido Conti, informa que cada empresa é responsável por seu sistema e por suas medidas de segurança. Porém, as empresas também devem se adequar para atender às exigências do Regimento Interno que faz parte do Estatuto do PAM Capuava, o qual determina, entre outras atribuições, que as empresas devem possuir equipamentos, viaturas, brigadistas adequados e treinados para atender ao estatuto, bem como ao sistema cúmplice do grupo.

“No Cofip ABC há diversos grupos técnicos (GTs), nos quais as melhores soluções são apresentadas, o que contribui para a evolução conjunta das empresas. Esses grupos técnicos se reúnem periodicamente para trocar boas práticas e analisar os indicadores de desempenho estabelecidos”, detalha.

Entre as recomendações para as empresas validarem as ações preventivas contra incêndio dentro dos polos industriais estão a de realizarem treinamentos periódicos, pelo menos uma vez por ano, pois o sinistro não indica quando irá acontecer, mas se acontecer terão colaboradores treinados para combater um princípio de incêndio, preparados para realizar um abandono de área em tempos curtos, realizar um resgate de um colaborador acidentado e ter condições de atender a pequenas ocorrências.

Em Camaçari, o Cofic estimula em todos os programas e as ações de caráter coletivo nessa área, a troca de experiências entre empresas associadas e a disseminação de boas práticas. Sobral e Aurinézio destacam que nas reuniões das comissões e do conselho de administração do Cofic são incentivados os relatos sobre as boas práticas ou de ocorrências para compartilhamento de informações e trocas de experiências.

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