O Ministério de Minas e Energia vai propor a criação de uma nova subestação de energia elétrica no Amapá. O estado sofreu com apagões em novembro, que atingiu 13 das suas 16 cidades, inclusive a capital, Macapá. A população chegou a ficar mais de 80 horas no escuro e, por mais de 20 dias, conviveu com um rodízio no fornecimento não só de luz como também de água.
A ideia, segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético da pasta, Paulo Cesar Magalhães Domingues, é aumentar a confiabilidade do sistema elétrico do Amapá. A nova subestação receberia energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) e de usinas hidrelétricas localizadas ao norte do estado.
Estuda-se também a construção de mais uma linha de transmissão para interligar os municípios do estado. Segundo Domingues, os estudos de viabilidade devem ser concluídos até abril de 2021, com previsão de que o leilão ocorra até o fim do ano.
Causas do apagão
O apagão ocorreu após um dos três transformadores que o estado possui pegar fogo e ser completamente destruído. O outro, por sobrecarga, foi danificado e um terceiro, de backup, estava em manutenção desde 2019 e, por isso, parcialmente fora do ar. Assim, toda a rede do sistema interligado foi comprometida.
Ainda não há um parecer definitivo sobre o que causou o incêndio e, por consequência, o apagão. Relatório prévio, no entanto, apresentado este mês pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta para um curto-circuito, em razão de uma falha interna do aparelho ou uma “coordenação de isolamento inadequada na subestação”, ou seja, um raio que atingiu a subestação e provocou uma sobrecarga.
A empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) é que dará uma resposta sobre as causas do problema – é ela que controla a subestação que recebe quase toda a energia consumida no Amapá. De toda forma, por ora, o ONS não apresenta culpados pelo apagão. A eventual punição dos responsáveis ficará a cargo Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que deverá ouvir todos os envolvidos, como empresas órgãos públicos.