A complexidade em que brigadistas, bombeiros voluntários ou a própria corporação militar no combate a queimadas e incêndios não está apenas no manejo do fogo ou mesmo em salvar vidas, mas também engloba a busca na capitação de recursos para a aquisição de equipamentos, veículos e outros itens de extrema importância nesse trabalho.
E o fomento de financiamentos sociais é uma das soluções encontradas para esse fim. Um exemplo é do Sicredi, sistema cooperativo de crédito, que desde 2018 criou o seu Fundo Social. Trata-se de contemplar com aporte financeiro a entidades em prol do desenvolvimento da região.A origem dos recursos vem de 1% do valor incrementado pelas agências em depósito à vista, a prazo, poupança, previdência, LCA e fundos de investimentos do ano anterior e o valor de 2% do resultado da cooperativa, informa a cooperativa. Anualmente, é feito um chamamento em que entidades das áreas de segurança, saúde, empreendedorismo, educação e cultura se inscrevem.
Fundos de financiamento
Um dos contemplados, com esse modelo de fundos de financiamento, em 2022, foi o Grupo de Apoio a Brigada Militar (GABM) de Crissiumal, RS. Segundo informações do site Guia Crissiumal, o valor recebido foi na casa de R$ 8 mil os quais foram utilizados para aquisição de uma pistola elétrica incapacitante e um cofre metálico de aço.
Em agosto, realizou-se uma reunião de prestação de contas entre a brigada e Gionei Lucke e Pérsio Schweig, gerentes das unidades Urbana e Rural do Sicredi da cidade. O primeiro tenente André Kals, presidente do GABM, disse ao siteque o Fundo Social da cooperativa é de suma importância para a comunidade. “Agradeço a todos os funcionários da Sicredi, que trabalham incansavelmente para fazer com que essa iniciativa se torne realidade a cada ano, especialmente o apoio inestimável que todos têm demonstrado em prol da segurança pública do nosso município”, afirmou.
Os Bombeiros Voluntários de Arroio do Tigre foram também beneficiados. Em 2021 receberam R$ 5 mil do Fundo Social da Sicredi Centro Serra RS. O repasse foi investido na aquisição de uma máscara autônoma com cilindro de oxigênio para a corporação local. “Agradecemos a doação e a ação da cooperativa de crédito é de grande utilidade para ajudar a salvar vidas”, disse Valdir Pappis, presidente da corporação.
Financiamento coletivo
Não é apenas recursos vindos de fundos que são captados pelas brigadas. Iniciativas como o financiamento coletivo também são um instrumento importante para impulsionar a continuidade de trabalhos e de conhecimento. A Rede Nacional de Brigadas Voluntárias, embarcou em maio para a 8ª Conferência Internacional sobre Incêndios Florestais – Wildfire 2023, em Portugal, graças ao apoio de pessoas que, por meio da já famosa “vaquinha virtual”, auxiliaram na arrecadação.
Oito trabalhados desenvolvidos pelos parceiros da rede foram selecionados e representantes além da RNBV, a Associação Serra do Itapetinga Movimento Pela Biodiversidade e Organização dos Setores Ecológicos (SIMBiOSE), SP, e a Brigada 1, MG, puderam discernir durante os dias de conferências. Um dos estudos aprovados foi o da SIMBiOSE, intitulado “A contribuição de uma brigada florestal voluntária para a diminuição de áreas afetadas por incêndios florestais na Mata Atlântica”, que mostrou resultados obtidos na região de Atibaia, área de atuação da Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP), ao longo dos últimos anos seis anos, período de dados coletados. “Estamos muito orgulhosos em participar de um evento dessa dimensão e levar o nome da SIMBiOSE a espaços que nem imaginávamos que poderíamos ocupar até alguns anos”, comemorou Mateus Queiroz, diretor presidente, brigadista voluntário e um dos autores do trabalho aprovado.
A campanha “Brigadas Voluntárias no Wildfire 2023” teve como meta atingir R$ 16 mil e na plataforma de financiamento estão detalhados como os recursos foram utilizados e o total arrecadado.
Foto: SIMBiOSE/Rede Nacional de Brigadas Voluntárias
