Frotas antigas e versões elétricas: como prevenir os incêndios em veículos

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O Brasil conta com uma frota veicular cada vez mais antiga: de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), a média de idade dos automóveis de passeio é, hoje, de 10 anos e nove meses. Ampliando o estudo para toda a frota brasileira, incluindo os comerciais leves, caminhões e ônibus, chega a 10 anos e 7 meses.

Segundo o levantamento, a venda de veículos novos não é suficiente para compensar a obsolescência de carros mais velhos, por conta de o consumidor, ainda afetado por fatores como a pandemia, não ter condições de investir em mais modernos.

 

Incêndios em veículos

 

Esse cenário abre brecha para um agravante: o número de incêndios em veículos. Apenas em Roraima, entre 2021 e 2022 houve um aumento de 40% de incêndios em caminhonetes, carros e utilitários, sendo 2022 com 49 casos. Já em 2023, somente em janeiro, foram cinco ocorrências de incêndio veicular, 150% a mais que no mesmo mês do ano anterior, apurou o site Folha BV. “São diversos fatores como o aquecimento do radiador, mal ligação da mangueira do combustível, baixo nível de água do radiador, falhas na parte elétrica e componentes auxiliares como rádios de carro que superaquecem, podem causar um incêndio”, explica o major do Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), Mário Terra Leite.

“A maioria das causas é a falta de manutenção preventiva, como uma mangueira de combustível ressecada, uma instalação elétrica desgastada ou a não compatibilidade de equipamento instalado com a estrutura do veículo”, arremata o major Alex Matos do Corpo de Bombeiros do Tocantins (CBMTO).

A recomendação, portanto, é a manutenção periódica, com o auxílio de um profissional de mecânica, ao menos a cada seis meses, bem como o hábito de checar as funções e itens do veículo e se estão funcionamento corretamente. Também é importante verificar se há objetos dentro do carro que possam refletir a luz solar e provocar um incêndio, como óculos, espelho de bolso ou até mesmo uma garrafinha de água, alertam os especialistas.

 

Extintor

 

Por falar em itens, um é de extrema importância: o extintor. Mesmo sem ser mandatório desde 2015, o equipamento pode ser um aliado no primeiro sinal de incêndio por pane elétrica, por exemplo. “É fundamental, mesmo não sendo mais obrigatório. É recomendado que haja, o qual pode ajudar bastante no princípio de um incêndio”, ressalta o major Mário Terra Leite(CBMRR).

A escolha do melhor extintor requer verificar se contempla as principais classes, o ABC, cujo agente é o pó químico seco. Também é preciso se atentar ao local dentro do carro onde ficará e se é fácil acesso e em boas condições de uso, seguindo as instruções de manutenção do fabricante.

 

Carros elétricos

 

Noticiamos em INCÊNDIO que o Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndio (CB-024) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou a ABNT/CE-024:102.009 – Comissão de Estudo de Segurança Contra Incêndio em Sistemas contendo Acumuladores de Energia, pedindo a contribuição de vários setores para contribuir com o tema, incluindo a área de veículos eletrificados.

E o segmento está em expansão: o mercado de carros elétricos no Brasil cresceu 58% no primeiro semestre do ano, com mais de 32,2 mil emplacamentos de janeiro a junho de 2023, informa a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Herbert Abreu, técnico eletrotécnico, para a Revista Carro, alerta que o motorista precisa estar atento durante o carregamento do carro. “Pode haver corrente irregular na bateria de lítio, o que aumenta sua temperatura exponencialmente e libera seus componentes químicos inflamáveis que, em contato com o ar, provocam um incêndio”, conta, informando que o fogo pode ser provado por essa reação. As causas englobam desde a má instalação da bateria e cabos desencapados até o uso incorreto dos equipamentos. “Caso o carregamento seja na residência do condutor, é importante o auxílio de um eletricista para verificar a capacidade da rede elétrica da casa, com isso o usuário comprará o tipo mais adequado. Vale lembrar que o carregador precisa ter o selo ABNT”, reforça.

 

Treinamento dos bombeiros

 

Sejam os modelos elétricos, sejam os mais velhos, o incêndio veicular é um desafio a ser enfrentado pelas corporações e o treinamento é fundamental. O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) recebeu recentemente uma equipe de 32 integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Maranhão (CBMMA) para tal capacitação.

O destaque do curso, ocorrido em outubro em dois dias, foi a troca de experiências sobre técnicas em veículos de maior porte, realizado em Foz do Iguaçu, com o apoio da Receita Federal que ofereceu caminhões e ônibus apreendidos na Tríplice Fronteira para a capacitação. “É muito difícil a logística dos ônibus e caminhões, em nível nacional. Por meio da parceria, temos uma fonte de veículos bastante vasta”, afirma o major Ícaro Gabriel Greinert, comandante do Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost), responsável pela instrução.

Por meio da utilização desses veículos que seriam inutilizados, os militares conseguem realizar simulações reproduzindo ações reais, podendo vivenciar na prática as estratégias de sanar as ocorrências de acidentes e incêndios veiculares de maneira rápida e assertiva, informa a corporação.

Foto: CBMTO

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