EPIs protegem bombeiros de problemas além do fogo

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Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) usados pelos bombeiros são importantes não apenas para a proteção contra chamas durante as ocorrências, mas também essenciais para assegurá-los de outros riscos.

É preciso ser levado em conta que esses itens evitem intoxicações por produtos biológicos e químicos, cortes ou lesões mais severas, além de serem regulamentados pela NR 6 e serem ergonômicos e, essencialmente, precisam ter função antichamas. “Os trajes de combate ao fogo salvam os bombeiros, absorvendo o calor em média de 75%, reduzindo assim o impacto de calor externo para o interior do corpo, sendo também impermeáveis. Essas funcionalidades permitem que os bombeiros entrem em um incêndio por curtos períodos, em especial no combate e resgate. Essas vestimentas também estão presentes em aplicações industriais para proteger contra temperaturas extremamente altas”, escreve Wildison Mendes, consultor em proteção contra incêndios, em artigo sobre o assunto.

 

EPIs para bombeiros

 

Um exemplo é o do Corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo (CBMES), que conta com fardamento antichamas, resiste e que segue os padrões nacionais e internacionais. Segundo informações do site Folha de Vitória, as vestimentas são confeccionadas em viscose e aramida, proporcionando maior nível de proteção e que suporta altas temperatura e pressão. “A aramida é usada na fabricação de coletes a prova de balas, equipamentos de segurança em áreas industriais, partes de aeronaves e carros de Fórmula 1. Fardas com este mesmo material já são amplamente utilizadas em corporações ao redor do mundo e em outros Corpos de Bombeiros no Brasil”, informa nota.

 

Assepsia

 

Pesquisa da Firefighter Cancer Support Network mostrou que esses profissionais são mais propensos a desenvolver câncer por conta dese exporem a agentes cancerígenos, e a lavagem desses equipamentos é fundamental. Uma norma que auxilia nesse processo é a ISO 23616 fornece diretrizes sobre a seleção, cuidado e manutenção adequados de conjuntos de proteção aos bombeiros, que incluem assepsia, remoção eficaz de contaminantes e reparo de EPI.

Um exemplo a importância da lavagem e conversação de vestimentas para preservar a vida dos bombeiros está no Amazonas. O CBMAM tem avançado na implantação do protocolo de assepsia das roupas de aproximação de incêndio. Chamado de Protocolo Operacional Padrão (Pop), este foi implantado em maio, com base em pesquisas científicas e tem como foco preservar e melhorar a saúde da corporação.

Tenente Raquel, do Departamento de Biossegurança do CBMAM, esclarece que a vestimenta de aproximação não pode ser lavada com frequência para não diminuir o nível de proteção à altas temperaturas. Foram realizados testes para encontrar um método de lavagem a seco, que não comprometesse o EPI. A pesquisa para encontrar esse meio é pioneira no estado e foi realizada em parceria com a Escola Superior de Tecnologia (EST), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e com o Centro de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento Tecnológico (Gerontec), da Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI). “Estamos com todo empenho fazendo esse trabalho de implantação, garantindo a higienização do EPI, e fazendo com que os militares estejam protegidos de todos os fragmentos nocivos aos quais são expostos durante as ocorrências”, explica a militar.

 

Investimentos

 

“Os bombeiros precisam de proteção para nos proteger, pois estão à frente de todas as necessidades relacionadas a enchentes ou queimadas. Investir nessa estrutura é pensar no bem dos profissionais e também da população”, disse Angel in Lorenção, prefeito de Itupeva, SP, durante a entrega recente de novos equipamentos aos bombeiros da região. Ao todo, 28 novos kits de EPIs, compostos por conjunto de combate a incêndio predial, macacão de combate a incêndio florestal, capacete operacional, par de luvas e de botas e balaclava.

Outra ação de investimento em EPIs vem do Rio Grande do Sul. Em julho, coronel Eduardo Estêvam, comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS) formalizou a entrega de novos equipamentos ao efetivo, com investimento total de mais de R$ 650 mil. “A utilização de equipamentos modernos e confiáveis fazem com que o bombeiro militar, ao colocar em prática o seu conhecimento técnico, consiga atender de forma mais eficiente a comunidade”, disse.

 

Norma ISO 23616:2022

 

E, recentemente, para a prevenção de câncer em bombeiros foi lançada a primeira norma técnica de lavagem e descontaminação: ISO 23616:2022. O primeiro sistema especificamente desenvolvido para lavagem e descontaminação de equipamentos de proteção individual (EPI) de bombeiros foi lançado no mercado brasileiro durante o 21º Seminário Nacional de Bombeiros (Senabom), que aconteceu entre os dias 4 a 6 de outubro de 2023, na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.

Segundo Xavier Bihan, engenheiro de Materiais da Maiorproteção, a solução atende uma demanda em prol da saúde ocupacional dos profissionais, uma vez que os Corpos de Bombeiros de todo o Brasil estão precisando de uma solução para a lavagem específica dos EPI em razão de que este tipo de equipamento utilizado pelos combatentes não pode ser lavado de qualquer forma. “Ele exige uma lavagem com características especiais, a fim de descontaminar as sujeiras específicas da atividade, para não danificar o EPI, renovar as características da certificação, entre outros motivos”, salientou.

 

Foto: reprodução

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