Após recorde negativo, Mato Grosso avança na redução do desmatamento
O Mato Grosso acumula uma redução média de 31,5% nos alertas de desmatamento. O dado é do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) e compreende o intervalo de agosto de 2020 a janeiro de 2021 na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em janeiro de 2021 houve a maior redução, com queda de 63% na área de alerta de desmatamento. Em agosto, início do ciclo de monitoramento, a redução foi de 22%. Em outubro, outro destaque, com queda de 47%.
De acordo com a secretária de estadual de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, os bons resultados são reflexo da política de tolerância zero a desmatamento e incêndio, e dos investimentos na prevenção e combate.
“O governo está fortalecendo o combate às ilicitudes com monitoramento em tempo real do território mato-grossense, tanto das queimadas quanto do desmatamento”, afirmou. “A desmobilização dos infratores com a apreensões de equipamentos utilizados no desmatamento, o embargo da área, e a aplicação de multas, também possibilitam que possamos fortalecer quem trabalha na legalidade”.
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No ano passado, por exemplo, foram apreendidos 157 tratores, 11 caminhões, um helicóptero, e 492 pessoas foram conduzidas para a delegacia.
Mauren sublinha ainda a criação do Comitê Estratégico para o Combate do Desmatamento Ilegal, a Exploração Florestal Ilegal e aos Incêndios Florestais, que atende pela sigla CEDIF-MT. Ao englobar diversos órgãos, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar e secretarias de Meio Ambiente e Segurança, ele congrega esforços para que o planejamento seja feito de forma adequada, com utilização de tecnologia e distribuição do devido esforço humano.
Número de desmatamento é alto
Há, no entanto, ainda muito espaço para melhorar. Dados divulgados pelo Instituto Centro de Vida, com base em informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que o estado foi o segundo que mais desmatou a Amazônia Legal em 2020, atrás somente do Pará. Ambos têm áreas territoriais significativas. São, respectivamente, o terceiro e o segundo maiores estados brasileiros.
O ano de 2020, vale destacar, foi o que teve mais registros de fogo no Pantanal desde o fim da década de 90, quando o monitoramento do Inpe começou. De janeiro a novembro, foram registrados 21,4 mil focos de calor, mais que o dobro na comparação com o ano anterior. Segundo monitoramento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), quase 30% do bioma, que tem cerca de um terço de sua área localizada em território mato-grossense, foi consumido pelas chamas.