Aplicativo usa força da comunidade para combater ameaças à Amazônia Brasileira
Os níveis de desmatamento e focos de incêndio, além de atividades ilegais como invasões, grilagem, mineração e extração ilegal de madeira que atingem a floresta Amazônica seguem elevados em 2021. Essas ocorrências que consomem as faunas e floras nativas, impactam na vida das populações tradicionais que dependem da manutenção da floresta para garantir sua sobrevivência, como indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores artesanais e agricultores familiares.
Essas comunidades geralmente habitam em áreas vastas ou difíceis de serem monitoradas, por isso quando ocorre uma queimada ou há indícios de atividade ilegal há dificuldade em comunicar tal ameaça de forma imediata e segura. Da necessidade de mudar essa realidade surge o aplicativo “TerraOnTrack”, uma tentativa de fortalecer o controle social das áreas, para que as ameaças possam ser detectadas e combatidas de forma rápida e eficaz.
Nesta fase o aplicativo desenvolvido pela ONG Imaflora e Programa SERVIR-Amazônia, trará dados do norte do Pará, região que abriga parte da Amazônia Brasileira. Para fazer esse monitoramento, o sistema usa dados e ferramentas de satélites, a partir de fontes confiáveis como a Nasa e o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (DETER) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que permitem ao usuário visualizar alertas de desmatamento e degradação em tempo quase real. O software possibilita que os moradores dessa região façam denúncias embasadas nas coordenadas exatas das áreas desmatadas ou queimadas e, também, que criem alertas de perigo.
Nesta fase, o programa está sendo testado por lideranças em São Félix do Xingu e Alenquer, que já receberam treinamento sobre suas funcionalidades. Apesar da restrição de abrangência, a ferramenta é aplicável em toda a Amazônia e a ampliação do uso depende apenas de novas articulações – já previstas no projeto. Segundo os desenvolvedores, o aplicativo será continuamente testado e aperfeiçoado com a participação das comunidades, de quem partiu a demanda por essa tecnologia.