Depois de trabalhar por 40 anos na Petroquímica União como técnico de segurança, João Carlos Hermenegildo, o Chuca, iniciou uma despretensiosa página no Facebook para manter contatos com antigos amigos na área de prevenção e atendimento às emergências. Hoje, quase cinco anos depois e com o nome de Dinos Group, o grupo reúne 99 pessoas prontas para atender aos chamados de bombeiros, Defesa Civil, brigadas de incêndio, e para colocar suas experiências no atendimento a situações críticas.
“A intenção era não perder o contato com os amigos”, lembra Chuca, que se orgulha de atualmente presidir o “maior grupo de especialistas em emergências do Brasil”, como garante. “Mas começou a surgir muita gente querendo participar do grupo, mas que não tinha o perfil que eu desejava”, explica.
Assim, em 12 de junho de 2016, foi formada uma diretoria com nomes de peso no setor de atendimento a emergências no país, como Rubens Peres, professor da escola de bombeiros do Texas, nos Estados Unidos; o Coronel Hamilton da Silva Coelho Filho, do Corpo de Bombeiros de São Paulo; Claudio Galante que também é professor de emergência no Texas USA; João Luiz Correa e Edson Haddad, da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo).
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Atuações
Com o propósito de auxiliar o poder público no atendimento a emergências, o Dinos Group já colaborou com os bombeiros em diversas ocorrências, como o incêndio que atingiu tanques da Localfrio, em Santos, no litoral de São Paulo. “Me ligaram para saber se era possível identificarmos os produtos que estavam armazenados”, explica Chuca, que atualmente também é consultor da Ambipar Response. “Coloquei as informações que recebi no grupo e imediatamente um dos integrantes passou os dados necessários, inclusive indicando a melhor forma de debelar as chamas”.
Além de ajudar nas emergências, o Dinos Group realiza estudos, promove o desenvolvimento tecnológico e treinamentos de assuntos referentes às áreas de Controle de Emergências, com o objetivo, segundo seu presidente, de “aprimorar as ações e promover o intercâmbio e difusão de experiências neste campo, bem como servir de apoio às entidades públicas e privadas nos assuntos relacionados”.
Chuca lembra que depois dos incêndios da Alemoa, em abril de 2015, e da Localfrio, em janeiro de 2016, ambos na baixada santista, percebeu a necessidade de legalizar o grupo. “Pudemos perceber a dificuldade do poder público, principalmente do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo sobre o que fazer quando não se sabe o que está queimando ou vazando”, diz. “Daí em diante, criei um grupo no WhatsApp, estabeleci um regulamento e passamos a convidar mais especialistas de diversos estados do Brasil, bem como das mais diferentes especialidades”.
Para entrar no grupo, entretanto, é preciso preencher alguns requisitos. “As condições para adesão exigem ter no mínimo 20 anos de experiência na área de emergência, ser apresentado por um dos participantes e ser aprovado por uma diretoria”, afirma Chuca.
A meta agora, segundo o especialista, “é estruturar o grupo numa associação civil e atuar de maneira mais direta e sinérgica nas áreas relativas à preparação, planejamento e resposta a situações de emergência, tanto relacionadas ao poder público como ao setor privado”. Um dos passos foi o desenvolvimento de aplicativo de IOS e Android para celular onde os componentes do Dinos têm todas as informações do grupo, além de página na internet e nas demais mídias.