Medidas preventivas são preponderantes no combate a incêndios em propriedades rurais
A combinação de tempo seco e queimadas criminosas são apenas alguns dos problemas a serem enfrentados em lidar com os incêndios em propriedades rurais. Em junho, 20 delas foram atingidas pelo fogo no Pantanal Sul-mato-grossense, reporta o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Segundo o órgão, sete pontos de ignição que causaram aproximadamente 12.387 hectares de incêndios florestais no Pantanal entre maio e junho de 2024, durante o período de emergência ambiental. Em parceria com o Núcleo de Geotecnologias (NUGEO), está investigando as causas, buscando identificar os responsáveis e promovendo a responsabilização, se necessário.
Com a chegada do fenômeno La Niña, responsável pelo resfriamento das águas do Pacífico, causando mais chuvas no Norte e Nordeste e seca na região Sul, produtores e proprietários de terras também precisam estar atentos às essas novas mudanças, bem como a continuidade das festas juninas e julinas, que contam com a soltura criminosa de balões, por exemplo, que podem cair em terrenos áridos.
No Minas, o tempo seco e os ventos fortes combinados com as fogueiras dessas festividades estão gerando alertas à população local em relação aos riscos. À Rádio Santa Cruz FM, Fábio Morais,extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Pará de Minas, destaca a importância de evitar condutas perigosas e destaca a importância da limpeza de terrenos sem o uso de chamas.
Propriedades rurais
“O fogo, quando falamos que é um ‘mal necessário’, ele não é, já que a gente consegue trabalhar tranquilamente sem a necessidade de queima nas pastagens. Primeiro, porque é um elemento que causa a acidificação do solo, ou seja, eliminando substâncias biológicas importantes para a vida nesse solo. É preciso lembrar que existe mais vida no subsolo, em camadas mais profundas, que na superfície dele e precisamos zelar por essa microfauna para o bom plantio”, frisa o especialista.
No quesito legislativo, tramita um Projeto de Lei (PL) que permite aos empreendimentos localizados em áreas rurais adotar medidas simplificadas de prevenção e combate a incêndio, sendo aprovado pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados em abril.
Segundo informações da Agência Câmara, texto aprovado é substitutivo da relatora, deputada Daniela Reinehr (PL-SC), ao PL 2642/2020, da ex-deputada Aline Sleutjes (PR). “Não acreditamos que sair de um extremo de medidas de prevenção excessivas para a total ausência delas seja a solução. Não há como dispensar todas as exigências, pois em caso de acidentes pode ser que em virtude das longas distâncias o socorro não chegue a tempo”, argumenta a parlamentar.
Incrementos
Além de medidas preventivas, conscientização e normas efetivas, sejam para punir criminosos, sejam para facilitar o acesso a aplicabilidade no combate, o investimento em capacitação de brigadistas aliado à disponibilidade equipamentos nas ações é a fórmula perfeita para o combate e mitigação de incêndios rurais.
Em Araguaína (TO), a prefeitura local entregou em junho 45 equipamentos ao Sindicato Rural da cidade, que vai disponibilizá-lo às famílias que vivem na zona rural e aos produtores, sendo quatro carretas-tanque para armazenamento de água, 13 bombas costais, cinco sopradores de ar e 23 abafadores manuais.
“Tínhamos o projeto de montar essa brigada de incêndio e, por meio da união de forças, foi possível. Um dos maiores prejuízos que o nosso produtor rural pode ter para as pastagens, lavouras e o meio ambiente são os incêndios florestais e a maior dificuldade em controlá-los com agilidade era a falta de equipamentos, principalmente em uma situação de emergência”, conta Wagner Borges, presidente do Sindicato Rural de Araguaína (SRA).
Foto: CBMMG