Governo Federal e estados se mobilizam para prevenir incêndios no Pantanal

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A ministra do Meio Ambiente e de Mudança do Clima, Marina Silva, abriu, no dia 28 de maio, na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), oficina de trabalho de dois dias para elaborar um planejamento integrado entre o governo federal e instituições estaduais, visando a prevenção e combate aos incêndios florestais no Pantanal.

A ministra afirmou que o preço para remediar um problema é sempre maior do que o de prevenir. Na ocasião, citou conversa que teve com o presidente Lula para propor “um pacto político”, que marcasse o compromisso de proteção do Pantanal, com ações envolvendo os governos federal, estaduais e municipais, além de todas as forças que trabalham com emergências climáticas na região.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, enfatizou a posição da ministra. “Diante dos riscos ao meio ambiente por conta da ameaça de grandes incêndios, o que se deve fazer agora é estreitar as estratégias de cada ente envolvido.”, disse. “O trabalho, quando feito de forma articulada sempre obtém resultados mais efetivos.”, completou.

 

Riscos para o Pantanal

 

De acordo com previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o bioma enfrenta risco iminente de incêndios florestais de grandes proporções para 2024, em consequência das mudanças climáticas, fenômenos como El Niño e La Niña, e, principalmente, pela ação humana.

Na projeção das duas instituições, a situação é ainda mais crítica do que a ocorrida em 2020, quando foram destruídos cerca de 4 milhões de hectares, o equivalente a 26% da área do Pantanal, uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta.

A gravidade do cenário naquela região foi exposta na reunião durante as apresentações do chefe da Divisão de Projeto Estratégico do INPE, Fabiano Moerelli, e da professora Renata Libonati, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O encontro foi uma forma de conhecer o que todos os envolvidos estão preparando para executar e buscar, a integração das estratégias de cada um. O objetivo foi evitar a dispersão de atuações isoladas e construir sinergia das ações como forma de prevenir, controlar e combater, com maior eficiência e efetividade, os incêndios florestais no Pantanal, explicou o diretor de Proteção Ambiental (Dipro) do Ibama, Jair Schmitt.

Participaram ainda o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, e representantes de Secretarias do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama.

Os representantes de cada governo e órgãos de combate a incêndios fizeram apresentações dos seus respectivos planejamentos operacionais. Os participantes da reunião, encerrada nesta quarta-feira (29/05), também definiram as áreas de atuação de cada um, bem como protocolos de acionamento das operações de combate.

 

Queimadas no Pantanal

 

O Pantanal tem uma área de aproximadamente 138 mil km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% em Mato Grosso. Pelas suas características e importância, o bioma foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Reserva da Biosfera (conjunto de todos os ecossistemas do planeta), por ser uma das mais diversificadas reservas naturais da Terra.

A maior queimada já registrada no Pantanal ocorreu em 2020, considerado o pior ano para o bioma, que teve pouco mais de 22 mil focos de incêndio, número maior que a soma dos três anos anteriores e superior ao que já foi contabilizado desde o início do monitoramento do INPE, em 1998.

Apenas em 5% da origem de incêndios na região as causas são naturais. Segundo a professora Renata Libonati, a maior parte dos focos (95%) se inicia por ação humana, como práticas agrícolas negligentes, queimadas não controladas e atividades relacionadas à pecuária.

Ela esclareceu que os focos de incêndio são mais perigosos e indicam que as chamas se propagaram, diferentemente dos focos de calor, que são pequenas fontes de fogo.

 

Foto: Herminio Lacerda/Ascom-Ibama

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