Emergência ambiental: Pantanal terá 13 bases para combater incêndios e monitorar focos de calor
O Pantanal sul-mato-grossense terá 13 bases avançadas para combater incêndios florestais e monitorar focos de calor. A distribuição estratégica ocorre, principalmente, na região do Paiaguás. Na eminência da emergência ambiental, a medida começa a valer a partir do mês de maio e ocorre nove dias depois do Governo do Estado decretar emergência por 180 dias.
As bases operacionais do Corpo de Bombeiros Militar possuem o objetivo de diminuir o tempo-resposta e reforçar a prevenção e o combate aos incêndios no bioma, estando em propriedades rurais mais distantes. A estruturação contará com o empenho de efetivo, viaturas e equipamentos alinhados com o melhor da tecnologia disponível, para o monitoramento in loco dos focos de calor.
Preparados para qualquer emergência
Segundo o Capitão Silvanei, subcomandante do 3° Grupamento de Bombeiros em Corumbá, o diferencial será a agilidade no atendimento às ocorrências. “Ocorre que no Pantanal, em especial, enfrentamos o gargalo da logística que, devido às peculiaridades do terreno pantaneiro, acaba dificultando e atrasando o nosso deslocamento terrestre para a execução do primeiro combate”, disse.
Assim, ainda de acordo com o capitão, a antecipação na preparação e estabelecimento no terreno promete minimizar os danos resultantes das chamas, pois, assim que identificado o princípio de incêndio, os bombeiros estarão em condições mais favoráveis para se deslocar até o foco e iniciar o combate, de forma mais rápida e efetiva, evitando que o mesmo se alastre e evolua suas proporções.
Nas áreas mais sensíveis, com maior probabilidade de incêndios, serão empenhadas ao menos duas viaturas, sendo caminhonete e caminhão de combate, bem como, nas bases próximas aos rios navegáveis, ficarão embarcações fixas, disponíveis para garantir o acesso aos militares tanto por via terrestre como fluvial.
Antes da instalação das bases, o GPA (Grupamento de Operações Aéreas), da corporação, realizou o levantamento de todas as pistas particulares, verificando a capacidade para operar os aviões de combate (air tractors), nos pousos e decolagens para abastecimento, garantindo um emprego mais efetivo desse recurso fundamental na extinção de grandes incêndios florestais.
Decreto de emergência por 180 dias
Desde o dia 2 de abril, vem sendo executada a fase de prevenção e preparação da temporada de incêndios florestais, de 2024. Nesta fase, a corporação concentra-se na conscientização e na educação ambiental, direcionadas às propriedades particulares, comunidades locais e parques estaduais, com o intuito de reduzir a probabilidade de incêndios.
No caso do decreto de emergência, a medida foi tomada em decorrência das condições climáticas, que favorecem a propagação de focos de incêndios florestais sem controle, sobre qualquer tipo de vegetação.
De acordo com o decreto, este período crítico tem graves riscos ambientais referentes à perda de controle do fogo, em decorrência das condições climáticas extremas derivadas da combinação de fatores indicativos de temperaturas acima de 30°C, ventos acima de 30 km/h de velocidade e umidade relativa do ar abaixo de 30%.
Além da queima controlada, onde o produtor rural é autorizado pelo órgão ambiental a executar essa medida, o decreto traz a queima prescrita. Neste caso, o próprio governo identifica áreas de risco e faz a queima. O que representa uma inovação sob o ponto de vista de prevenção a incêndios florestais.