Técnicas, como a queima prescrita, são estratégias importantes na prevenção de incêndios e na preservação do meio ambiente global
Do mesmo modo que pesquisas apontam a ação do ser humano como propulsora da crise climática, o que inclui a propagação de incêndios, atitudes preventivas como a queima prescrita podem ser uma fórmula para a preservação global.
Hamish Clarke, pesquisador da Universidade de Melbourne, Austrália, alerta que enquanto o planeta sofrer com o aquecimento por conta da queima de combustíveis fósseis, a tendência é o agravamento de incêndios. “Não estamos no caminho certo para a redução de riscos, mas precisamos urgentemente mudar de rumo e reduzir de maneira séria as emissões de gases causadores do efeito estufa”, salienta, em reportagem do site Terra.
Queima prescrita
Também chamada de queima controlada, trata-se da técnica que consiste em utilizar com supervisão o fogo em pequenos trechos, cujas chamas consumam a matéria orgânica (capim, por exemplo) da superfície. Reduzindo o material combustível, a propagação de labaredas em incêndios mais intensos é reduzida. “Em locais onde ocorre um acúmulo de biomassa seca, com propensão aos incêndios, esta técnica se mostra relevante para proteger a área e evitar desastres ecológicos”, destaca Natália Resende, Secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Governo de São Paulo.
Brasil, Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Portugal, Espanha e África do Sul utilizam esse meio há muito tempo. Contudo, por conta das altas temperaturas, o método é aplicado com ainda mais cuidado. “A técnica é bastante eficiente em diminuir a intensidade e a gravidade dos incêndios. Mas para que possa ser eficaz, a queima controlada sob temperaturas amenas deve ser feita em uma escala espacial demasiadamente grande”,afirma Víctor Resco de Dios, professor de engenharia florestal da Universidade de Lleida, Espanha, também ao Terra.
Além da queima prescrita, uso de tecnologias e plantio adaptado também são excelentes estratégias. “Devemos levar em conta o clima no futuro e plantar espécies de locais mais secos.Isso quer dizer que não devemos plantar espécies nativas, mas aquelas que crescem em regiões mais quentes, que conseguirão se adaptar ao clima das próximas décadas”, conclui Resco de Dios.
Foto: Fundação Florestal, SP