Sling Dragon: tecnologia aérea é usada na queima prescrita

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Sling Dragon. Este é o nome do lançador de esferas que, por meio de uma reação química, entram em combustão instantânea quando tocam o solo. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) adquiriu, em 2022, três dispositivos de Ignição Aérea, nome técnico do Sling Dragon, sendo considerados os primeiros a serem utilizados na América Latina, e inéditos em atividade no Brasil.

Em fase de testes desde 2023, os dispositivos têm como objetivo facilitar o Manejo Integrado do Fogo (MIF), a queima controlada em diferentes áreas de vegetação para evitar grandes incêndios florestais. Comumente, pessoas são treinadas para fazer o MIF em solo, porém com a implantação do equipamento, que faz todo o procedimento pelo ar, assim acidentes e riscos aos brigadistas são evitados.

 

Operação do Sling Dragon

 

O equipamento foi desenvolvido pela canadense SEI Industries e trata-se de uma máquina que fica fora do helicóptero, pendurada por conjunto de cabos de carga com suspensão SS. É operada por um piloto treinado que utiliza um interruptor de controle manual, liberando até cinco mil esferas, chamadas de Dragon Eggs, que realiza a atividade. Com sete configurações de velocidade, a máquina tem ainda um rastreador GPS, que registra as coordenadas de queda em um cartão MicroSD, permitindo que os usuários visualizem facilmente um mapa de área de queima.

“O Sling Dragon vai aumentar exponencialmente a nossa capacidade de queimada prescrita, fundamental no programa preventivo do Ibama para reduzir a gravidade dos incêndios florestais, recorrente em grandes áreas protegidas como terras indígenas e de conservação”, frisa Everton Almada Pimentel, analista de Meio Ambiente – Operações Aéreas do órgão, ao site Cavok.

 

Regiões beneficiadas

 

Os primeiros testes foram realizados em territórios indígenas da Amazônia e em unidades de conservação federal. João Paulo Morita, coordenador de MIF, explica que é preciso alguns cuidados ao operar o Sling Dragon, o que demanda um planejamento cauteloso da área a ser queimada. “É necessário um treinamento das equipes para um alinhamento entre o piloto e o chefe da queima, bem como uma checagem criteriosa do equipamento antes da operação”, salienta o profissional, ao site Ciclo Vivo.

Uma das regiões já beneficiadas com a tecnologia é o Parque Nacional do Viruá, RO. Bruno Souza, responsável pelas queimas local, explica que por ser de difícil acesso, o trabalho dos brigadistas no parque foi facilitado pelo Sling Dragon, já que outrora era feito durante semanas e atualmente resumiu-se em dois dias. “O Parque é bastante suscetível aos efeitos do El Niño, fazendo com que a unidade seja alvo de incêndios mais severos, que podem atingir mais de 80 mil hectares”, analisa.

Segundo informações do Ibama, o equipamento pode ser útil em demais unidades de conservação que tenham essas características. Para tanto, em outubro, profissionais com experiência em queima prescrita foram mobilizados para verem de perto o equipamento em ação em Roraima, sendo os da Floresta Nacional de Brasília, DF, da Estação Ecológica da Serra das Araras, MT, e do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, MT.

 

Foto: Divulgação – SEI Industries.

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