Pesquisa mostra efeitos da queimada experimental na savana amazônica
Estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e analistas ambientais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) usa algoritmos para detecção e monitoramento, por imagens de satélites, de áreas queimadas na savana amazônica, levando em consideração a época do ano em que o fogo ocorre para avaliar com mais precisão os efeitos do fogo na biodiversidade.
Ao todo, passaram por monitoramento 30 parcelas experimentais (de 1 hectare cada), sendo que 12 delas foram queimadas em maio de 2019 (início do período da seca) e outras 12 parcelas em agosto de 2019 (no meio do período da seca). Além disso, outras seis parcelas se mantiveram como “controle” e não passaram pelos experimentos com o fogo.
Os pesquisadores combinaram técnicas de sensoriamento remoto com análises feitas em campo antes e depois da chamada “queima experimental”, em diferentes épocas do ano. Áreas selecionadas do Parque Nacional dos Campos Amazônicos (entre Amazonas, Mato Grosso e Rondônia) passaram por queimas realizadas de forma controlada em parceria com a gestão do parque e a brigada local para que os cientistas pudessem compreender em detalhes os efeitos do fogo, sobretudo na flora savânica da unidade de conservação.
Savana Amazônica
Os resultados foram publicados no Journal of Applied Remote Sensing e fazem parte da pesquisa de pós-doutorado de Daniel Borini Alves. A investigação foi apoiada pela FAPESP e supervisionada pela professora Alessandra Tomaselli Fidelis.
Savanas amazônicas são caracterizadas por vegetação de porte baixo, com árvores tortuosas e gramíneas. Lembram asexistentes no Cerrado, com menor diversidade de espécies, contudo.
Segundo o relatório do MapBiomas, áreas cobertas por formações naturais campestres e savânicas na Amazônia ocupam 17,2 milhões de hectares, o que corresponde a aproximadamente 70% da área total do Estado de São Paulo, e estão concentradas principalmente em Mato Grosso, Pará e Roraima.
A íntegra do trabalho está disponível no link para consulta (versão em inglês).