As placas solares, também conhecidas como painéis fotovoltaicos, tornaram-se uma tendência já presente em muitos estabelecimentos pelo mundo. Aqui, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), já atingimos a marca de 500 mil sistemas instalados em 2022.
Uma alternativa importante para economia na conta de luz e também considerado ambientalmente amigável, o equipamento requer uma série de cuidados, em especial com os recentes casos de incêndios ocorridos.
Atenção com as placas solares
Em Alta Floresta, MT, por exemplo, uma falha em uma placa de um estabelecimento causou o princípio de incêndio e foi preciso desligar o inversor do painel para que os bombeiros pudessem apagar as chamas. Após os registros dessa e de outras ocorrências do gênero, o Corpo de Bombeiros local elaborou a Norma Técnica 49/2022 para ajudar a diminuir tal risco nessas usinas.“A placa solar é um componente elétrico, se sofre uma avaria pode gerar o princípio de incêndio”, alerta o major André Dechamps, chefe de estudo de legislação e pareceres do Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso, ao site RD News.
Além do Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás também soltaram notas técnicas com medidas de segurança mais rígidas para esses sistemas de energia. “Recomendamos que seja feita a análise estrutural da residência, emita-se um laudo comprovando que suportará o peso desse equipamento, e é primordial que o consumidor encontre um engenheiro elétrico habilitado e exija o Termo de Responsabilidade Técnica”, arremata o militar.
Procedimentos
A norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT NBR 16690 é uma das que estabelece os requisitos mínimos para a instalação, o projeto, a execução e a manutenção de sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica.
Antes mesmo de instalar um painel solar é preciso verificar o local de instalação, condições dos fios e demais componentes do equipamento e não dispensar as manutenções e, como dito, buscar auxílio profissional para que o procedimento seja correto, acrescenta Hugo Brito, engenheiro eletrônico do setor fotovoltaico, também ao RD News. “Mesmo que a instalação seja correta e tenha a manutenção, alguns sinistros podem acontecer, que vão desde o conector errado até um roedor romper um dos fios das placas solares”.
E continua: “A corrente elétrica contínua é em um único sentido, não oscila e pode chegar a 1.000 °C. Em caso de incêndio, esse fogo não se apaga naturalmente, mesmo que a concessionária desligue a energia, as placas solares ainda estão gerando eletricidade. Se romper o cabo e não tiver segurança, incendeia”.
Fiscalização
As corporações pelo país estão empenhadas em fiscalizar e também buscar conhecimento e trocar experiências sobre usinas fotovoltaicas. Em Santarém, o Ministério Público do Pará e o Corpo de Bombeiros realizam vistorias em empresas do segmento para verificação quanto à obediência às normas técnicas, principalmente a ABNT NBR 5410, outra norma pertinente sobre instalações elétricas de baixa pressão.
“Há cerca de 80 empresas que atuam no setor de energia solar no município e vão passar por vistoria do MP e CBMPA, que destacou uma equipe e a submeteu a um treinamento intensivo nessa área, realizado no quartel da unidade militar”, salienta notícia do blog Jeso Carneiro.
Foto: reprodução blog Jeso Carneiro, PA.
