Incêndios em silos impulsionam a promoção de tecnologias e capacitação
Os recorrentes casos de incêndios, explosões e soterramentos em silos estão impulsionando a busca por soluções para mitigar tais demandas e a tecnologia é uma aliada.No Paraná, o bombeiro militar Luís Eduardo Zarpellon desenvolveu um dispositivo de detecção de chamas em secadores de grãos, como parte de sua pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPGEQ), campus Toledo, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
A ideia surgiu ao perceber um alto índice de incêndios em secadores de grãos na região, com base no número de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros. O sistema criado por Zarpellon utiliza técnicas de Redes Neurais Artificiais (Inteligência Artificial), e, para treiná-lo, foi construído um secador em escala reduzida.
“No protótipo, foram instalados uma série de sensores de temperatura e umidade de grãos, secagem e condições atmosféricas, além de sensor de concentração de gases, nível de grãos e velocidade de descarga, interligados através de dessa Rede Neural. A IA processa os dados, que informa se os padrões de secagem estão dentro da normalidade ou se há alguma variação para indicar um princípio de incêndio”, explica, ao Toledo News.
Estima-se que, por médio de parceria (nos moldes da Lei de Inovação do Brasil), a tecnologia seja aprimorada e se torne acessível.
Espaços confinados nos silos
Todos os envolvidos no trabalho em silos precisam estar atentos ao cuidado com a preservação devidas, pois há outros problemas envolvidos nesse trabalho, como casos de asfixias decorrentes da exposição a agentes químicos, físicos e biológicos, haja vista que se trata de um espaço confinado.
Segundo o 12° Batalhão de Bombeiros Militar, no Rio Grande do Sul (CBMRS), o atendimento a incêndios em silos requer ainda mais acuráciado efetivo, já que a combinação de poeira inflamável em estruturas confinadas pode resultar em explosões.“Tais ocorrências são uma realidade constante e é essencial estar sempre atento às condições de segurança”, informa comunicado.
A Norma Regulamentadora 33 (NR-33) pontua sobre o trabalho em espaço confinado, determinando medidas para eliminar ou controlar os riscos que possam afetar a segurança e saúde do trabalhador.
“Conhecer a densidade de um gás é importante para identificá-lo, pois ao vazar, ou depositar-se nas partes mais baixas do ambiente, no caso um silo, é possível indicar quais medidas preventivas precisam ser tomadas para que tal gás não intoxique o trabalhador”, acrescenta Mauricio Franchi, auditor-fiscal do trabalho, em uma palestra sobre o assunto na Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), em outubro último.
Foto: divulgação Unioeste