Forças armadas e bombeiros treinam juntos contra incêndios florestais
Noticiamos em Incêndio a troca de experiências entre bombeiros e demais forças de segurança em eventos das mais diversas complexidades, como salvamentos, atualizações, pesquisas científicas até dinâmicas desportivas entre corporações.
Quando o mote é incêndios florestais, se faz necessária ainda maior integração e expertise no combate, mitigação e principalmente na prevenção desse tipo de ocorrência. E não é para menos: dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que 278.299 focos de incêndios em vegetações foram registrados no Brasil em 2024, aumento de 46,5% em relação a 2023 (189.901 ocorrências).
“O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) informou já está em funcionamento a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Isso garantirá o fortalecimento da articulação junto a estados e municípios, fator crucial para alcançar respostas mais céleres em relação aos incêndios”, informa reportagem da CNN.
Apoio das Forças Armadas
No ano passado, a ministra da pasta, Marina Silva, solicitou às Forças Armadas aeronaves para reforçar o combate às queimadas na Amazônia Legal. O Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB), batizou a missão “Operação Tucumã”, cujo Comando Operacional monitora em tempo real as áreas afetadas e amplia o alcance de esforços interagenciais na proteção dos ecossistemas críticos na região norte do Brasil.
Em nota, a FAB frisou que “os meios necessários foram mobilizados com agilidade, apesar da dificuldade de acesso às regiões atingidas. As Forças Armadas atuaram principalmente nas ações de integração, visando à potencialização e ao maior alcance das equipes de brigadistas”.
Aprimoramento
Em Duque de Caxias, RJ, ocorreu recentemente um treinamento com militares da Estação Rádio da Marinha no Estado (ERMRJ) e especialistas do Corpo de Bombeiros Militar (CBMERJ), com a utilização de abafadores, bombas costais e mangueiras de alta pressão, além do uso de drones para rastreamento aéreo durante a simulação.
“A parceria entre a Marinha do Brasil e CBMERJ demonstra como a cooperação interinstitucional é essencial para lidar com desafios complexos, como os incêndios florestais. Outro participante, o Grupamento de Operações com Produtos Perigosos (GOPP-CBMERJ) trouxe experiência no manejo de situações críticas, enquanto a ERMRJ apresentou conhecimentos sobre a geografia e logística das áreas verdes”, informa notícia do site Defesa em Foco.
Já em Minas Gerais, o CBMMG, por meio de seu 1º Batalhão, realizou uma capacitação de brigada florestal a 31 militares do Exército Brasileiro (4ª Região Militar), cujopropósito foi capacitá-losno enfrentamento ao combate a incêndios em vegetação, fortalecendo o tempo de resposta a esse tipo de ocorrência.
Em pauta, as abordagens que envolvem o tema, preparando-os a auxiliar nas operações coordenadas pelo CBMMG. “O curso também busca promover uma maior integração entre as esferas estaduais e federais, destacando a colaboração interinstitucional para proteção do meio ambiente” destaca comunicado da corporação.
No mundo
Os recentes incêndios que assolam a Califórnia também mobilizaram corporações de outros países. Aviões da Força Aérea Mexicana partiram região com 74 funcionários do Exército e da Comissão Nacional de Florestas (CONAFOR) local para ajudar nos combates aos incêndios florestais, destaca notícia da CNN.
Renata Libonati, coordenadora do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), alerta que muito embora não seja possível afirmar que a ocorrência na Califórnia aponte para mais fogo no Brasil e outras regiões do globo neste ano, é preciso ter em mente que esses sinais evidenciam riscos futuros.
“Ano após ano,tem sido observado novos recordes de temperatura média global, associado a ocorrências cada vez maiores de eventos extremos como secas e ondas de calor, os principais precursores de grandes épocas de fogo”, analisa a profissional, em entrevista ao Estadão.
Foto: CBMMG