Estados amazônicos assumem combate a incêndios florestais por falta de ação da União
Com o Fundo Amazônia paralisado e sem quaisquer apoios do governo federal, estados optaram este ano por desenvolver parcerias com ONGs e prefeituras para custear a mão de obra extra para combater os incêndios na floresta. Um levantamento do site ((o))eco, feito através de pedidos de Lei de Acesso à Informação e com checagem junto às assessorias de imprensa dos governos locais, mostra providências tomadas pelos estados da Amazônia Legal para combater o fogo na floresta.
Enquanto o Acre não tomou nenhuma medida, Mato Grosso, Tocantins, Roraima, Rondônia e Amapá decidiram contratar brigadistas temporários pela primeira vez em cinco anos. O Amazonas recorreu a voluntários e instalou uma força-tarefa no chamado “Arco do Fogo”, enquanto o Maranhão remanejou efetivos para as áreas de maior incidência de queimadas. O Pará não contratou brigadistas, e tampouco informou sobre outras ações de combate.
O próprio Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Prevfogo, centro especializado, dentro da estrutura do IBAMA, responsável pela política de prevenção e combate aos incêndios florestais em todo o território nacional, reconhece que os estados têm buscado cada vez mais protagonismo no combate aos incêndios florestais, segundo o site.
A pressão para que governadores agissem começou a aumentar em 2019, quando o governo federal cortou em mais da metade a verba para os brigadistas e atrasou em dois meses a contratação dos profissionais – mesmo diante de um número de focos de calor 40% maior que no ano anterior. Em 2020, o número de focos na região foi o maior dos últimos dez anos, mas o auxílio federal chegou tarde mais uma vez. E neste ano, o IBAMA começou a temporada do fogo com apenas 52% do efetivo contratado.