Drones auxiliam no trabalho dos bombeiros
Os drones estão cada vez mais popularizados pelos brasileiros. Segundo a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), o número de equipamentos cadastrados no SISANT (Sistema de Aeronaves não Tripuladas) já ultrapassa 100 mil aeronaves.
O cenário não é diferente na área de segurança. Em Goiás, o Corpo de Bombeiros usa drones no combate a incêndios, em que é possível identificar focos sem precisar deslocar efetivo, otimizando o trabalho das equipes. O equipamento consegue sobrevoar até 8 km de distância da base, e foi possível identificar rapidamente pelo menos 10 incêndios apenas numa semana. “Em região de mata, auxilia a gente a identificar onde estão os pontos quentes para as equipes de terra fazer o combate”, disse o tenente Leandro Dias, ao G1.
Capacitação no uso de drones
“Drones são versáteis, mas ainda subutilizados. Eles podem observar a situação de cada local, dando perspectivas que os satélites não fazem, podendo ainda pairar, medir, monitorar e enviar dados em tempo real dessas áreas. Se bem empregados, eles podem ser uma ferramenta poderosa para monitorar, prevenir e responder a esses desastres naturais”, explica Tiago Nascimento, membro sênior do IEEE (Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos), professor e pesquisador em robótica da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), em reportagem ao UOL.
Não basta um mecanismo eficiente se não há o traquejo para utilizá-lo. Para isso, as corporações investem em treinamento e capacitação para o uso de drones. O Serviço de Aprendizado Rural do Rio Grande do Sul (SENAR – RS), disponibilizou na sua carta de cursos, um drone destinado a esta finalidade.
Recentemente, em Sant’Ana do Livramento, o 10° BBM (Batalhão de Bombeiros Militar) participou de um treinamento com a supervisão de profissionais do SENAR: “Estamos trabalhando para obter mais unidades deste importante equipamento. Atualmente, o drone é utilizado nas mais diversas áreas de atuação do Corpo de Bombeiros, em especial na realização de buscas e salvamentos em áreas de grande extensão, áreas alagadas e as de maior vegetação, em que há maior dificuldade de acesso”, argumenta o comandante do 10°BBM, tenente-coronel Rafael Gonçalves Pereira.
O batalhão, aliás, adquiriu dois equipamentos, nos Pelotões de Rosário do Sul e Uruguaiana, sendo muito eficaz no mapeamento de incêndios em vegetação. “Assim, a parceria com o SENAR para a realização do curso foi muito importante para a instituição, capacitando os militares para a utilização de um importante recurso para atendimento à sociedade da região”, disse o tenente-coronel.
Já em Sergipe, o Corpo de Bombeiros local, o CBMSE, também realizou um treinamento com drones no Parque da Cidade, em Aracaju, em abril. “No caso de pessoas desaparecidas, o drone tem um papel importante porque conseguimos cobrir uma grande área em um tempo muito menor. No caso de incêndios florestais é possível fazer um mapeamento da área e traçar estratégias para um combate mais efetivo e em ocorrências nos centros urbanos, os equipamentos têm câmeras térmicas, que possibilitam identificar os pontos com temperaturas mais elevadas”, explica o chefe do Departamento de Operações com Drones (DOD), capitão José Cardoso, acrescentando que a corporação conta com três drones e 20 bombeiros habilitados.
Foto: Ascom/CBM-SE