Desmatamento da Caatinga aumenta risco de desertificação, aponta MapBiomas
Parte da Caatinga corre risco real de se tornar deserto. A conclusão é do MapBiomas, rede colaborativa com especialistas nos biomas, usos da terra, sensoriamento remoto, SIG e ciência da computação.
Os dados foram obtidos a partir de imagens de satélite da região entre os anos de 1985 e 2020. A conclusão é que 112 municípios da caatinga (9%) estão classificados como Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), com status “grave” e “muito grave”. Essas áreas perderam 0,3 milhões de hectares de vegetação nativa — 3% de toda a vegetação nativa perdida no período.
Outra conclusão alarmante é o fato de que a superfície de água do bioma teve uma retração de 8,27%, fazendo com que a região se torne mais seca. Também houve queda de 40% nos cursos de água natural na Caatinga.
Outro destaque negativo está no número de queimadas, principalmente na fronteira agrícola entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Além do foco nesses estados, duas cidades da Paraíba chamam atenção: Caturité registra perda de 40% da vegetação natural, além de 51% de diminuição de superfície de água. São José da Lagoa Tapada, teve perda de 16% da vegetação natural, com redução de 28% da superfície de água.
Mais de um quinto da vegetação da Caatinga é exclusiva da região. De acordo com pesquisas recentes, essas plantas são mais eficientes em absorver CO2 da atmosfera do que florestas úmidas como a Amazônia.